quinta-feira, setembro 21, 2006

Viagem à Guarda Parte II

Já no inter-cidades com um rapaz e uma rapariga muito comunicativos sentados mesmo atrás... E EU DE BLOCO NA MÃO!
Já depois de muita conversa de alcova... aqui vão alguns excertos:
«ela - o meu namorado proibiu-me de vestir mini-saia. Posso vestir fio dental e tudo, mas mini-saia não. Porque ele diz que no fio dental já se vê tudo, mas na mini-saia não. E um homem quando vê uma mulher de mini-saia quer ver o que vai lá dentro. Eu acho bem.»
Eu tive assim um bocadito vontade de lhe bater... mas passou.
«ele - olha há mulheres que provocam mesmo. Mesmo tendo namorado.»
É com cada porcaria de cada conversa. Sério? Ninguém teria adivinhado se o jovem não proferisse esta pérola de sabedoria exclusiva! Depois ele começou a calhandrar sobre amigos traídos... que pobreza!
Mais tarde...
«ela - tens cara de malandreco da noite, engatatão.
ele- malandreco da noite sim, lá no Algarve é assim, mas engatatão não!
ela - mas tens cara de engatatão. Eu não tenho papas na língua!»
Quanto às papas na língua não sei... mas quanto aos neurónios, não há dúvida!
... ainda mais tarde
«ele - devias ser cá um vulcão. (qualquer coisa)... todos os homens têm um ponto fraco.
ela - é o ponto de aquecimento deles...
...
ele - ainda agora olhei para ti e estavas com as mãos assim... estavas com frio.
ela - é a temperatura normal das minhas mãos
ele - pois normalmente as mulheres têm essa temperatura nas mãos, nos pés e no rabo. É porque és quente...»
entraram em dissertação sobre provérbios populares de mãos frias, coração...
«ela - por acaso o meu namorado não é muito romântico... mas quando ele me pede para casar eu digo logo, não ponhas a carroça à frente dos bois. Sou muito nova.!
ele - pois, tens de pensar bem, ainda agora uns amigos meus casados há seis anos se divorciaram...»
Mais uma vez uma traição feminina. Os amigos deste gajo são anjinhos??? ainda por cima o tipo usou a palavra esposa! Esposa não! Mulher.
...
«ela- está a chover bué.
ele - a àgua gosta de ti, sabias?»
vomito agora?
«ela - tenho os olhos pesados. Chego a casa e durmo. Depois a minha mãe chama-me para jantar, se me cheirar como, se não volto para a cama... ninguém é de ferro!
ele - Pois e nenhum homem é de ferro também!
Aqui eu estava com os óculos escuros e a pensar baixinho... sim porque se eles me apanhavam o bloco eu ainda ía ver a cor da linha.
«ela- agora que estamos a chegar é que tiras o casaco?
ele - estou a suar aqui debaixo dos braços... é de estar ao pé de ti.»
Este homem é um senhor.
«ele - vou contar à Sandrine que tive companhia na viagem. é bom fazer novas amizades, mas ela vai-se passar! vai dizer que já estava tudo combinado. Tu já tinhas combinado vir sózinha?
ela - Já, tu também?
ele - Sim... é o destino.»
A sério... dêem-me um saco!!!
Saíram em Mangualde! Ainda tive vontade de lhes gritar: arranjem um quarto: não se estragam duas famílias!
dass

2 comentários:

Anónimo disse...

Casal do Intercidades deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Viagem à Guarda Parte II":

Venho por este meio mostrar o meu desagrado por ver relatada de uma forma distorcida o meu diálogo que mantive com a minha amiga e companheira Dass no Intercidades.É de lamentar que pessoas como a autora do texto entendam que para passar o tempo a melhor solução é escutar a conversa dos outros.Fica aqui uma lista de sugestões para se distrair nas suas viagens de comboio por esse Portugal:
. I.Pod-com um musicas do Marco Paulo;
Psp - jogos, filmes e fotografias;
Livros e revistas;
Telemovel
Curso de Japonês em 625 cassetes de 60 minutos cada.
Aqui estão algumas sugestões dadas de uma forma positiva e gratuita com o intuito de proteger futuros casais que viagem com a perversa autora do texto

Paulo Dâmaso disse...

Bem, que naco de prosa deliciosa! Se fosse eu a presenciar tal cena acho que não me aguentava e "esbardalhava-me" a rir! ah ah ah

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