quinta-feira, dezembro 25, 2014

Ainda o salame de chocolate


De desejos por salame de chocolate fui, finalmente, fazê-lo.
Com a mania do saudável, eis que, bolachinha partida, tudo pronto e: alto. Nesta casa só há, e há resmas, de pacotes de cacau em pó, magro, sem açúcar. Nem uma leve poeira de chocolate.
Sim, fiz um salame de cacau puro, sem açúcar.
Não se preocupem, com a aguardente que a prata que o envolve levou, nem me lembro da diferença de sabor.


Rui Machete apela

Rui Machete, Ministro dos Negócios Estrangeiros, apela a que os políticos não desperdicem os esforços dos portugueses.
Quando é o famoso ministro do pedido de desculpas, a chamar ao bom senso os políticos, está tudo dito. 
Isto já não é a cave, é a sub-cave.
Mas senhor Ministro, ninguém lhe disse que a austeridade afinal não fez efeito? Ou melhor, fez o efeito que muitos vaticinavam? Digamos deste modo, já que falou pelo Natal, havia 3 reis magos, o único que se enganou foi o Gaspar. Entendeu?
Obviamente que a mensagem, mesmo sendo verbo de encher, não podia ser perfeita. Lá veio o senhor com a historieta de que recuperamos a autonomia. 
O Governo foi o único que ainda não percebeu que Portugal continua a ser um Estado Soberano. Não perdeu autonomia, nem independência, perdeu foi o feriado da Restauração, e já agora 4 anos.



A semana das misses



por maria l. duarte, em 25.12.14
O Natal passou.
Ainda que tivéssem ilusões, às 21H00 fala Pedro Passos Coelho, por isso a coisa acaba oficialmente. Fica só a azia.
(E não me venham com a história de que o natal é quando o homem quiser, uma ova.  Agora o Natal é quando a mulher quiser e o homem fizer o esforço).
Mas dizia eu, passado que está o Natal, até ao dia 1 de Janeiro, 2/3, 3/4, 99,9% dos internautas transforma-se em miss.
Ele é desejar saúde, amor, paz no mundo, e tudo, e tudo, e tudo.
Assim sendo, já que está prestes a fazer-se esta transformação de internautas em misses, esperemos, pelo menos, que todos saibam que um continente não é um país.

quarta-feira, dezembro 24, 2014

Eu, eu, eu

Pelos vistos o Conselho Independente achou que Alberto da Ponte era um "dessa gente", dos que não faz puto. Ou pelo menos, não em condições.
Esta frase de Alberto da Ponte, de 30/01/2014, foi recuperada pela Visão de 23/12/2014.

terça-feira, dezembro 23, 2014

Não ter abrigo, ter discriminação.

Não ter abrigo, ter discriminação.

por maria l. duarte, em 23.12.14
Os albergues do Luxemburgo estão a discriminar e a rejeitar abrigo aos sem abrigo portugueses que não provem estar no país há mais de seis meses.
O governo português já questionou alguém sobre isto?
A liberdade de circulação de pessoas e capitais, a liberdade de fixação (que os ingleses também querem excluir), não abrange os que não têm tecto?
Esta discriminação em albergues, num inverno rigoroso, em que se condena ao frio e à fome a quem já a miséria condenou, não nos merece preocupação?

publicado às 21:07

terça-feira, dezembro 16, 2014

Milhões Submersos

Milhões submersos

por maria l. duarte, em 16.12.14
Em termos cronológicos, os milhões distribuídos no GES que é BES, ou melhor, a uns arautos, eleitos, da amnésia selectiva, foram-no quando já havia problemas financeiros no grupo? Louvemos a virtude dos senhores. Receberam milhões, de comissões, de prémio, de presente, do que quiserem, mas seguramente do negócio dos submarinos. Mas os virtuosos, a quem não passou pela cabeça devolver o dinheiro, falam do negócio dos submarinos como "Cruz, credo". Contaminou a imagem do grupo, decidiram nunca mais estar em negócio idêntico. Eis algo em que os amnésicos, irresponsáveis por qualquer coisa que se tenha passado, estão de acordo. Também estiveram de acordo em embolsar os ditos milhões. Todos estamos de acordo em que não haveria mais negócios com submarinos para intervir. Calha bem.

publicado às 22:58

Nau Catrineta

Nau Catrineta

por maria l. duarte, em 14.12.14
A Costa bastava, e era muito, ter razão àcerca do Memorando de Entendimento e da sua não justificação de privatização da TAP.
Era escusado ter-se metido em galvanização de caravelas, descobrimentos e séculos complicados.

publicado às 18:14

Parido de Mãe Incógnita

Parido de mãe incógnita 

por maria l. duarte, em 14.12.14
O segredo de justiça, e a sua violação (também), vão parindo, sistemática e insidiosamente, instantâneos. Pouco esclarecedores, sem visão global, peças de um puzzle, que um dia encaixarão, ou que, afinal, eram peças acessórias, sem interesse, sem história. Todos os dias os jornais vendem: mais uns milhões numa conta qualquer, mais uma ligação entre amigos e empresários, mais umas obras públicas, ajustes directos e derrapagens, umas offshores, influências políticas, empresas fantasma, proximidade a professores fulcrais em licenciaturas. Peça a peça, vai-se construindo a condenação pública, o rumor de fundo da prevenção geral.garante-se que a comunidade só fique em paz com uma condenação exemplar. Contudo, não tenhamos dúvidas haverá muitas peças, se calhar mais escabrosas e congruentes que aqui faltam, e muitas destas não passarão, sequer, de pura especulação. A certa altura, o fumo é tanto, que os cidadãos, em dificuldades diárias, já não querem saber como estes "bandidos e ladrões" são condenados, basta que o sejam. "Deviam lá ir parar todos". Pois a mim continua a interessar-me, sobretudo, o "como" da justiça. Estas peças jornalísticas, de quem por nada terá de responder - era a informação "nesta altura", o rumor, o que se conseguiu apurar, uma parte de um todo, relevante ou não, exactamente assim, ou não - têm mãe. Estes filhos, que tão ditosa mãe pariu, têm por progenitor o Segredo de Justiça e também (o que é mais preocupante, a sua cirúrgica violação). Enquanto correm os tempos (prazos) da justiça, ultrapassados ou não, o interesse público requer informação. Informação que vamos recebendo de forma esparsa, instantânea, apenas aquilo por que, se o cidadão não vier a ser condenado, deveria. Informação que é tanto mais insidiosa quanto, cada um de nós, pensará: isto tem algum fundo de verdade, porque será algo que o jornalista sabe que faz parte do processo, da investigação. Mesmo que o não seja. A defesa não tem tanto interesse, nem tanta informação, nem os contra-factos venderiam. Vendem os fundamentos da defesa, as peças apresentadas, mas nada mais do que isso. Não há contra-personagens para detonar com pseudo-factos ou ligações. O tempo conta sempre contra quem é o alvo. Mas, que raio, eu vivo na província. Não tenho conhecimentos, nem ligações. Mas é caso para perguntar: senhores jornalistas, estas figuras já eram de cúpula, estão aí em Lisboa, os rumores já existiriam, estes e mais, onde andavam as vossas fontes, a vossa investigação, (ou a vossa vontade de agradar a poderes instiuídos), será isso?

publicado às 13:10

Pontaria

Pontaria

por maria l. duarte, em 13.12.14
Pontaria é:
  • ir a um Pingo Doce a um Sábado à tarde, porque acabou tudo em casa (vulgo, comida para gatos e sorvete);
  • haver queijo creme light, de uma única marca;
  • estar na última prateleira, e recuado (já tinham limpo os da frente);
  • estar ali minutos a fazer piscinas e a voltar e mais um saltinho;
  • mais uma piscina, tentar arrastá-lo com o produto do lado;
  • mais uma piscina, tentar pôr o joelho em cima da arca e ver se chego;
  • mais uma piscina, experimentar agora com uma garrafa (porque raio não há ali uma tenaz?);
  • desistir e passados vários minutos voltar à carga;
  • enfim, procurar alguém alto, num Pingo Doce cheio e pedir para me tirar o queijo;
  • Sim, o supermercado estava cheio, consegui acertar num cidadão, que foi Arguido condenado, em processo em que eu era advogada da ofendida.
Tenho o queijo, mas agora não tenho certeza que seja seguro comê-lo.


publicado às 20:11

Soares Golden

Soares golden

por maria l. duarte, em 11.12.14
Verador do CDS, da Câmara Municipal de Lisboa, João Gonçalves Pereira (não se preocupem se o nome não vos disser nada, é comum à generalidade do país, e certamente ao mundo), está contra a atribuição de distinção da cidade a Mário Soares.
Eis o partido que, na melhor tradição estalinista, também elimina fotografias, de ex-líderes do próprio partido, das paredes da sede partidária.
Soares é consensual? Não é, de todo. Ainda bem.
Soares excede-se? Talvez. Mas fá-lo dentro do limite do direito fundamental à liberdade de expressão e de pensamento. A mesma porque lutou. A mesma que permite ao referido vereador comunicar o sentido e a justificação da sua posição à comunicação social.
Soares é, definitivamente, uma figura histórica? Obviamente. 
Figura histórica que lutou pela liberdade, que lutou pela libertação do povo, pela manutenção e defesa da liberdade conquistada. Humanista, republicano, democrata, progressista e idealista. Acreditou e trabalhou para a abertura do país à Europa e ao Mundo. Pacificou, como nenhum outro. Lembre-se a sua firmeza em terminar com caça às bruxas do antigo regime.
Soares acertou sempre? Não. Temos de concordar com todas as suas ideias, intervenções e ideologias? Não.
Soares é figura de projecção internacional? A pergunta é redundante, ver respostas anteriores e remeta-se para a cena política internacional do último quartel do séc. XX. 
A ironia, ou melhor, a diferença faz-se no facto de o PCP se abster nesta votação de reconhecimento. E trata-se do partido de que Soares foi dissidente e que combateu, impedindo a sua chegada ao poder por acreditar que se instalaria uma ditadura ao melhor estilo de leste (e a ameaça era bem real). Partido com práticas estalinistas, ou melhor, também com práticas estalinistas.
O acto deste senhor vereador é mesquinho, ridículo, pequeno. Tão pequeno.
Uma coisa é certa, não precisa o senhor vereador de se preocupar por, num qualquer acto de vingança, o PS, ou os apenas reconhecedores dos méritos de Soares, negarem condecoração da cidade de Lisboa, ou do país, ao própio qualquer coisa Pereira. Pois, efectivamente, esta questão nem sequer se colocará, jamais.

P.S. Tenho a certeza no jamais, porque quem gosta de dar colares indevidos, está mesmo, mesmo, de saída de Belém.


publicado às 21:39

Uma pena que não seja considerada laxista

Uma pena que não seja considerada laxista

por maria l. duarte, em 07.12.14
Anda meio mundo, de comentadores políticos, preocupados com o facto de o Acórdão que condena Duarte Lima a 10 anos de prisão efectiva, tecer considerandos sobre a medida da pena, em termos de ser «pesadita», mas de ter de ser uma pena que não fosse considerada «laxista» pela comunidade.

Esta cidadã, que ocupa muito menos de meio mundo, anda há muito preocupada com muitos considerandos de magistrados, muitos. Também há muito me preocupa o facto de as penas serem cada vez mais pesadas. De se fazer corresponder o aumento das penas a uma suposta dissuasão da criminalidade. Mas, sobretudo, ao aumento das penas por motivos eleitorais e populistas.

Contudo, achando uma barbaridade que o sistema se desvirtue com a aplicabilidade de penas de 10 e 17 anos a crimes do foro económico, chamo a atenção para o facto de as penas serem, na sua concreta aplicação, balizadas por 3 vectores fundamentais, (artigo 71.º do Código Penal):
- a culpa (nula poena sine culpa), não há pena sem culpa e a pena não pode exceder a medida da culpa;
- as necessidades de prevenção especial - funcionar a medida da pena, como a medida dissuasora de que o indivíduo incorra novamente na prática do crime, e que seja, igualmente a medida para permitir a sua ressocialização;
- as necessidades de prevenção geral (positiva) - a pena concreta deve ser a pena que corresponde ao sentimento jurídico da comunidade, que restabelece a confiança da comunidade no facto de a jurisdição penal tutelar, efectivamente, os bens jurídicos que a mesma tem por fundamentais e carecidos de tutela jurídico-penal.

publicado às 19:07

Triângulo da Vergonha

Triângulo da pobreza

por maria l. duarte, em 06.12.14
Em França, os sem abrigo são obrigados a andar com um triângulo amarelo bem visível.
Esta ainda é a Europa?
Pobreza de valores é, de facto, miséria.

publicado às 12:26

Este ainda Primeiro Ministro.

http://porquemeencanita.blogs.sapo.pt/este-ainda-primeiro-ministro-407

Este «ainda» Primeiro Ministro

por maria l. duarte, em 04.12.14
Como é que Passos Coelho pode, num jantar de militantes, discorrer sobre:
- quem está a ser incomodado não se cala. Mas é bom sinal, é sinal de que há mais transparência?
Como é que um PM que não tem mão numa coligação, se pode dar ao luxo de fazer declarações a capitalizar investigações judiciais?
O senhor Primeiro Ministro conhece a separação de poderes?
Não há qualquer dúvida de que baixo populismo conhece bem.

publicado às 10:06
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