Tem estado um frio de rachar, o que é incompatível com grandes saídas. Se calhar a culpa também não é só do frio, mas era uma desculpa boa. Experimentem lá levantar da cama às 4 da manhã para ir ao Bergantim e vão ver se o frio não pesa na decisão! Mas quando há boas razões...
Já que pensam que passo lá a vida... tenho más notícias. Falhei o aniversário do Bergantim e ainda não digeri o facto de os sócios do Bergas não terem guardado uma tacinha daquela marca famosa de plásticos com uma fatia de bolo para mim! Não há direito. A bebida eu dispensava... mas uma fatia de bolo?
Mas há dois Sábados atrás, quando a sede já apertava e a água não se aproximava... eis que arrisco sair depois das duas, para um frio siberiano, para uma ida, que já não passou pelo Studio, mas saltou pelo Zeit, Coktail e Bergantim.
Por onde começamos? Podemos sempre começar pelo empregado do Zeit importado do Coktail... até podia ser simpático, ter perdido aquela implicância na mudança de estabelecimento comercial, se não fosse o facto de o Zeit ter... cadeiras, bancos, poltronas... o que quiserem! Eu aposto que o senhor até sonha com a disposição da mobília. «Não podem estar aqui estes sofás! Sente-se na janela!» Alguma alma menos avisada até podia achar que o homem já trabalhou na capital Holandesa! Sento-me na janela quando quero! E convém não apertar muito as minhas amigas em noite de JB cola!
Mas até estava agradável... e as mensagens eram tão tentadoras... shuinnnfff, desde quando é que só se dão abraços até às 3 e meia da manhã? Protesto!
Em contrapartida, um amigo, amigo especial de uma amiga, resolve vir à mesa esbanjar o seu charme, e para não dar muita bandeira quanto à presa, fica ao pé da mais inofensiva... eu! E enquanto o alvo beneficiado aproveitava as partes boas, eu fico de frente para outra pretendente do moço, a ser brindada com quantas pragas havia... é triste! Estou inocente, estou inocente... envia lá essa praga ao alvo certo! dass! O pior de tudo é que já não é a primeira vez que isto me acontece. Um dia passamos pelo rapaz, e eu muito simpática para proporcionar um bom momento à amiga, cumprimento o amigo especial dela de forma muito efusiva. Achei algo estranho no facto de ela continuar a andar comoum simples olá. E pensei eu: comeu e deu indigestão?
Não! Mesmo à frente, lá estava uma candidata a candidata, de olhar mortífero... mais sete pragas em cima de mim, porque a amiga especial, que viu a praguejante a tempo, nem prestou cartão ao moço! Estou inocente, estou inocente!
Resultado: sou um autêntico expiatório! Sim, expiatório... esqueçam lá a parte do bode que isto está mau, mas as pragas que transformam pessoas em animais estão nos filmes. Isto também ainda não está assim tão mau! (Mas já faltou mais: este Sábado fiquei a ver o Nemo na TVi e se isto já era mau... somem o facto de ser trocada pela operação Triunfo!)
Já que a coisa estava a bater no fundo: fui ao Coktail! A comida continua em tamanho XXL, o tempo de espera XXLL, e o ambiente continua aquela coisa estranha... excepção feita às funcionárias, que são lindas!
Paragem seguinte: Bergantim! O amigo R resolveu abandonar as meninas à porta, não se faz! Como é que se pode resistir, estando ali tão perto? E escusa de vir aqui reclamar, que ele já admitiu que até ele já foi contaminado pelo vício.
A música estava excepcional... E a coisa até estava a correr bem. Até que um casalinho resolve vir justamente brincar aos empurrões com a amiga P. Ora, ora... Ainda hoje estou em crer que o JB tem efeitos pacificadores... podiam distribuir nas cimeiras de Paz.
E logo a pequena, que estendeu os empurrões às amigas, tinha uma mala no braço igual a uma minha (miserável, nem 50 cêntimos tinha para o bengaleiro)... com uma diferença a minha é o triplo e tem, de certeza, mais 50 kgs de porcaria lá dentro! Vai um duelo? Empurras-me mais uma vez com essa miniatura e eu vou buscar a minha mala a sério e ensaco-te a ti e a esse chicken little a que chamas namorado... Há lá tanto lixo que nem se vai notar a diferença.
Porque o ambiente estava variado, havia criatura especial, gente normal, gente gira, mulheres de olhar caçador (giras, também), homens de ar esfomeado e o famoso zundap famel club.
A amiga A está preocupada com a possibilidade de eu ficar com uma doença renal e exigiu que eu deixasse de beber água. Não se contraria uma mulher que consegue dançar a imitar o pai natal comprado na loja dos chineses, com os bracitos no ar! Venha de lá essa coisa cor-de-laranja. Não é Safari, é só sumo de laranja!
Momento alto da noite é ficar sozinha ao pé de um grupo de desesperados. (Claro que na versão do Castilho é ir à mesa do DJ rodar um botão... eu confesso que rodinhas em mesas também me intrigam! Castilho, amigo, estou contigo!) Tudo porque uma amiga foi conversar com um ponteiro para sul e a outra foi falar com um neurónio e meio só para irritar uma, duas, três almas perdidas!
Vamos lá ver se nos entendemos: se estou a olhar noutra direcção, estou a ignorar-vos, certo? A frase do fim-de-semana, de acordo com a amiga A, era: «Não usa, desocupa!». Ora... eu estou a descocupar! Andei à procura do jogo dos monstros mas era para oferecer ao meu sobrinho! Uma mulher, numa pista, dança porque gosta da música, eu sei que é dificil compreender, mas não é nenhum ritual de acasalamento! Sei que isto é um bocado desengonçado, mas a idade não perdoa.
Eis que as amigas regressam, na hora certa (lá ficaram dois pequenos tristes, mas eu fiquei contente!): Plug in Baby, Muse, seguido de Placebo, Bitter End, hummm perfeito! (Eu confesso que ainda tenho esperança de ouvir When your heart is weak, hahah, mas não pago o prejuízo se a casa ficar vazia!). Ora, onde é que as regressadas encontraram lugar? A, P, aí não... era escusado, mesmo à frente do gay, pronto, do metro... tão metro, tão metro que deu kulómetro! Ninguém merece! Não sorrias rapaz, somos 3 amigas, e se tu entrasses ficavamos 4 e isso já era muita mulher, já disse que só te aceitamos como amiga quando deixares de fazer o número do macho para cima de mim! Eu sou hetero.
Então não é que o casal Chicken Little e menina do saco resolve reaparecer? Mas como é que duas coisas tão pequenas podem incomodar tanto? A menina estava apostada em provar que podia provocar porque o macho a defendia... e o macho estava a fingir que estava alcoolizado porque percebeu que um sopro feminino mais forte era capaz de ter nele o efeito de um tornado. E como a roupa até ficava larga no seu corpito de franguito... ía de vela! A amiga P estava quase a enviar o casal para Barcelona! A amiga A, que investe em segurança, pacificou os ânimos. Resolveu usar psicologia... ela sabe que o efeito é bate, por favor, mas sermão não! A psicologia não falha.
Que a A não gosta de café já sabemos. Que uma dor é uma doença grave, e que qualquer desarranjo tem explicação em algo que estava estragado, ou tem de ser uma reacção a um produto novo, diferente, etc... também. Mas que a partir do 3.º Whisky o JB do Bergantim era diferente... Era, A, pois claro que era: era mais!
Apesar de a música estar boa e a vista melhor ainda, tornou-se impossível dançar quando o pior micro-cromo do espaço passou a olhar para uma parte da minha anatomia com ar de esfomeado, de regresso à infância e a ver em mim uma figura materna, da qual teimava aproximar-se. E eu, que pensava que estava imune, depois de ter ouvido que «no fundo, és mulher»! Bem, o cromanhon entrou em regressão e eu vim de regresso a casa. A noite tinha sido boa, melhor não estragar. (Perto de mim as amigas podem estar descansadas, serão brindadas por vários olhares interessantes, porque este íman para o refugo não se explica: é um dom!)
Venha a água, o abraço, a mensagem, o estar perto. Vou dormir.
dass