sexta-feira, janeiro 29, 2016

Finanças públicas

De finanças privadas basta uma qualquer consulta de saldo bancário para provar que não entendo nada disto.
De finanças públicas o meu conhecimento resume-se a:
- fiz a cadeira no 3.º ano, tendo como Prof. Dr. Aníbal Almeida (lembrar o nome de cada professor é algo que não acontece sempre);
- li um livro do senhor, que parecia ter sido editado há séculos, edição amarelada;
- li os livros  do Prof. Sousa Franco, mas há muito tempo (e li não significa ainda sei, ou alguma vez soube);
- sei que o Prof. Aníbal tinha um belo carro cor de tijolo, toyota ou ford (acredito no primeiro) clássico, cujo chavascal ao arrancar é unicamente comparável ao que o meu carro faz quando acelero em primeira, com travão de mão e insisto que aquilo deve andar mais - e que ninguém queria deixar o carro estacionado perto do dele;
- sei que há calças de ganga que duram décadas e têm marcas de baínhas postas a baixo;
- sei que há professores que nunca olham para os alunos e se despedem com um "vou livrar-me da vossa presença execrável e vice versa";
- havia umas coisas que eram as caixas de amortização de Price e teve de haver um génio para descobrir que dentro de caixas de juros não havia coelhinhos a coelhar para, sem mais, o dinheiro paradinho procriar;
- um teorema de haavelmo que servia para chumbar alunos e afinal até era simples;
- e lembro-me, senhor prof. Aníbal da sua aula sobre verbos duplamente (in)transitivos.
Resumido o meu conhecimento de finanças públicas, vulgo nada, partilho (porém) algumas inquietações.
Estas preocupações da direita e das instituições troikianas e afins existem porque, de facto, o modelo de OE é perigoso, ou porque continuam a duvidar de qualquer modelo de crescimento que não seja o da austeridade pura e dura - com velinhas à Senhora dos Milagres - e que falhou?
A via alternativa está mal sustentada ou simplesmente não aceitam qualquer outro modelo?
Já agora, algumas destas instituições analisaram, também, a banca, a sua capitalização, fizeram testes e não viram nem previram BES nem BANIF, são assim sábios em tudo?
Só peço esclarecimentos. Porque esta alma de esquerda que renega não duas, mas três vezes, Passos Coelho como PM, nada sabe de finanças. Mas sabe que até aqui o modelo da direita e da Troika pode ter funcionado em folhas de Excel, com ajuda do BCE - para simpáticos juros - ou em expectativas de devolução de sobretaxa, mas só conduziu a despedimento, pobreza, miséria infantil e de idosos, insolvências e muito desespero (tanto dele suicidário).
A ignorante farta de ignorantes,
Maria

domingo, janeiro 24, 2016

MRS

Marcelo ganharia sempre as eleições presidenciais - a única dúvida seria numa batalha com Guterres (que espero ver na ONU). Isto parece-me claro. 

40 anos de exposição mediática do senhor professor que entra em casa, com "afecto" todos os domingos - lê mais do que qualquer um, mas fala do doce da aldeia, do Benfica, do Braga, de Celourico, da avó Joaquina, do Papa e dos portugueses que se distinguem.

A TVI ganhou, nos últimos anos foi a sede de campanha de Marcelo. O papel de comentador é cada vez mais apetecível.

E Marcelo que ganhou, indubitavelmente, ganha fortemente por fechar as eleições na primeira volta, é porque consegue colocar na história a sua campanha (não se olvidando que estava feita em anos de prime time).

Mas, sinceramente, estou convencida que se Seguristas, Assis(istas), Belez(istas) e Belém não têm tentado afrontar o líder Costa, na escolha do seu candidato - com o fito único de lhe impôr uma derrota e de mostrarem o seu poder - Sampaio da Nóvoa iria a uma segunda volta.

As eleições estão feitas, a democracia cumpriu-se e a verdade é que ninguém acha que Marcelo será um Presidente mal preparado ou pior do que Cavaco. Temamos apenas aqueles assuntos sobre os quais têm ideias fechadas e conservadoras - a evolução civilizacional não pode ter zonas obscuras ou que fiquem em pausa.

Belém perdeu, seguramente. O resultado é inenarrável e o discurso dos seus apoiantes foi um fel perdedor.

O PS reage, primeiramente mal. Se não apoiou nenhum candidato não se percebe como Catarina vem aceitar o resultado com humildade.

Costa emendou e fez um curto é bom discurso institucional.

 O PCP, com um candidato que merecia mais, teve um resultado de teimosia por não ter apoiado Nóvoa - e escusava de ter tido mais este medir de forças com o BE - de que sai derrotado.

H.Neto perdeu. O país não é o seu império empresarial ou familiar que vive as suas regras porque se fez a pulso e todos têm de o reconhecer.

Cândido foi assustador.  Não  perdeu porque nem chegou a sair do anonimato (mesmo em campanha).

Sequeira conseguiu o seu objectivo: projecção, sair do anonimato, melhores contratos certamente. Andará por aí, a política não é o seu objectivo.

Tino ganha pelo resultado, ganha pelo prolongar da sua carreira política e por consolidar a sua imagem mediática, seja para eleições locais, seja para shows em casas fechadas com câmaras.

Paulo Morais foi derrotado. Ninguém escolheu este vingador. À custa da corrupção não cavalga a onda que só ele vê. 

Marisa e o BE ganharam. E Marisa ganha duplamente por ser excelente deputada no PE e por não ser tão crispada como alguns elementos do Bloco. É seguramente mais serena e consolida, com o Bloco, os bons resultados do partido.

Sampaio da Nóvoa, o supostamente sem notoriedade, ganhou. Ganhou pela percentagem, pelo contributo, pelas suas intervenções, pelo seu discurso e mobilização. Foi um honroso segundo lugar de quem tem muito para contribuir para o país. Ganharemos todos se soubermos colher o seu contributo.

Março vai ser um mês fantástico: adeus Cavaco, adeus Portas.

Próximo empenhamento: Guterres na ONU.

Voto inconsciente

Os cidadãos eleitores só deviam poder votar se soubessem o nome dos 10 candidatos. Reformulo, se soubessem o nome de 5, não vale a pena exigir o nome de 10 quando muitos dos que se candidatam não têm outro objectivo que não o de aparecér na TV e ser convidados para ganhar dinheiro em qualquer coisa.

Noto que contava como conhecimento chamar Tino a Vitorino.

Já se se exigisse que se soubesse o que cada candidato propunha, nem os candidatos chegavam à fotografia de enfiar o boletim na urna.




Reflexão

O dia de reflexão ainda existe, dizem.
Este tabu pré-eleitoral só pode ter três motivos:
1.° - os candidatos precisam de descansar, por os pés em água e sal e comer qualquer coisa que não seja lombo assado;
2.º - mudar qualquer coisa daria uma trabalheira interpretativa à CNE - e onde já há confusão é melhor não abusar;
3.º - se não houvesse esta proibição como é que podíamos vibrar com as acusações de que à saída da mesa de voto Soares violou a lei, Paulo Portas foi capcioso, ou Mota Soares veio violar a lei gravemente enquanto tentava incriminar Costa?

Nota: nada disto se aplica ao dia de reflexão Cavacal a 5 de Outubro para não comemorar a República. Reflexão não justifica vergonhosa falta de respeito à República e ao país.

Dito isto: voto Sampaio da Nóvoa.

quinta-feira, janeiro 21, 2016

Subvenções vitalícias para tótós

Eu 1 - Houve em Portugal um diploma legal que atribuía a determinadas pessoas que desempenhavam cargos públicos ou políticos, sempre dentro de determinados requisitos subvenções vitalícias. Saindo do seu cargo político (de mais de 8 a 12 anos) o indivíduo ficava com um rendimento vitalício garantido, o que não significa que fosse de imediato liquidado;
2 - Esta atribuição de subvenções vitalícias cessou, durante a governação socialista, 2005, facto que agora não é relevante.
3 - Nenhum político voltou a ter direito a subvenções vitalícias e assim se mantém o regime. Porém, quem já tinha direito a estas subvenções quando o regime legal mudou, manteve o seu direito adquirido- falamos de quem já recebia ou quem já tinha ganho o direito a vir a receber quando a le foi alterada; 
4 - Talvez não seja de somenos importância referir que muitos políticos de craveira no anterior regime não conseguiram exercer qualquer actividade profissional - até porque muitos estariam na candestinidade, no exílio ou na prisão - pelo que nem tinham actividade profissional para a qual voltar quando saíram da titularidade dos seus cargos, designadamente de deputados que na Assembleia da República onde ajudaram a consolidar a nossa democracia.
5 - A não atribuição de novas subvenções vitalícias, a novos políticos, está consolidada e não contestada.
6 - veio a austeridade e o PSD-CDS decidem, cegamente, com o apoio da sua maioria parlamentar, que as subvenções vitalícias - direitos adquiridos- deixavam de ser pagas - corrijo foram limitadas a 2000€, correcção delicada e simpaticamente esclarecida por Catarina Matins, coordenadora do Bloco de Esquerda (a quem desde já agradeço);
7 - isto significa, desde logo, que houve quem servisse este país e ficasse a saber que, de um dia para o outro, ficava  sem um único rendimento;
8 - acresce que antes de discutirmos o que quer que fosse, para quem o discute, não era mau ir consultar o valor das, ou de algumas, dessas subvenções;
9 - Ao Tribunal Constitucional um grupo de deputados requer a fiscalização destas normas que retiraram as subvenções, há muito atribuídas, direitos adquiridos. Deputados que não questionaram a não atribuição de novas subvenções vitalícias - até porque a revogação/alteração  da lei que atribuía novas subvenções vitalícias já há muito se tinha consolidado no ordenamento jurídico.
10 - O Tribunal Constitucional pronuncia-se pela inconstitucionalidade desta supressão de um direito adquirido. Relembra-se: para muitos o seu único rendimento ou a expectativa do seu único rendimento. Da decisão do Tribunal Constitucional não emerge nenhuma obrigatoriedade de voltar a atribuir novas subvenções vitalícias a novos políticos, nem poderia;
11 - Da decisão de inconstitucionalidade emerge apenas a obrigatoriedade de repor as subvenções a quem, tendo direito às mesmas (quando uma PaF decide "agora não pagamos" e isto tendo pouco impacto orçamental tem imenso impacto populista) as viu suprimidas ou congelada a sua atribuição quando já teria adquirido o direito à sua atribuição.
12 - é evidente que a PaF - na AR - podia ter optado por taxar de forma mais agravada estas subvenções, mantendo-as;
12 - Dito isto: não vão ser atribuídas novas subvenções políticas a novos políticos.
13 - E dito isto, também, nem sempre o Presidente do TC se expressa da melhor forma quando começa a comentar as decisões do próprio Tribunal e a fazer conjecturas.


Do que acabo de referir supra decorre que só o nível de populismo a que chegou a nossa política permite que quem concorre ao cargo de Presidente da República se envolva em chicanas tristes que geram confusão na opinião pública.
As decisões dos Tribunais não são vacas sagradas que não possam ser criticadas - ui, e se eu acho que devem ser criticadas - mas candidatos a Presidentes que usam acórdãos do TC para confundir e fazer jogo populista talvez pudessem rever a tal função do PR que é a de velar pelo normal funcionamento e respeito pelas instituições democráticas.
Mas se há algo que já percebemos é que quem nem sequer discute as funções do PR dificilmente leu, sequer, o Acórdão ou consultou a evolução legislativa.


segunda-feira, janeiro 18, 2016

Auschwitz

Auschwitz, todos os campos de concentração, os crimes dos nazis, o genocidio a falta de humanidade são crimes que o ser humano não consegue compreender ou enquadrar.

Mas, sei que isto não é politicamente correcto, questiono-me sempre se faz sentido julgar anciãos decrépitos. Não teria sido mais útil uma pacificação atempada, que permitisse que se assumissem, assumissem os seus erros, contribuíssem para a história e pudessem, muitos deles - nem todos se arrependeriam -, vir ensinar como os monstros em que se transformaram os horroriza? Vir desmontar essa supremacia ariana, vir renegar o ser nazi?







terça-feira, janeiro 12, 2016

Confissão 2 #pqp

Ando há 2 ou 3 anos no Twitter (os suficientes para já ter lido o obituário de Bonga uma série de vezes).
Não sou nada contra linguagem crua, pura, dura e até vernáculo, se bem utilizado.
As siglas já são algo que mexe um bocadinho comigo.
Na minha TL (tomem lá uma sigla) há imensa gente que termina frases pertinentes e assertivos com #pqp
E sempre me pareceu bem. Embora me privasse de usar.
Pois bem, esta pessoa, cujos neurónios acompanharam os cortes da austeridade PaF, só há muito, muito pouco tempo decifrou que afinal as ilustres mentes que eu sigo dizem o que querem "porque podem". Não há ali nenhuma referência a quem pariu. 
Cobardolas :)

Confissão 1

Árvore de entrudo.
A minha árvore de Natal ainda está no mesmo sítio, a preguiça é um pecado que me assiste.
Mas o papa diz "pecador sim, corrupto não",


segunda-feira, janeiro 11, 2016

Camaleão

Este foi o dia em que ficamos a saber que David Bowie, dias depois de ter completado 69 anos, dias depois de ter lançado uma obra prima em que inscreve Lazzarus e onde escreve o roteiro da sua viagem, morreu.
A família informa que morreu em paz entre familiares e amigos.
Os nossos morrem-nos, vencidos pelo cancro, outras doenças, idade, acidentes, suicídios ou sem explicação. Os nossos doem-nos com uma dor corrosiva e deixamo-los partir. Restam-nos memórias e estórias.
Bowie morreu para os seus, os que o viram partir, os que sentirão a falta da sua presença física, os que com ele partilhavam os gestos, a intimidade e os dias.
Para nós, aqueles de quem se despediu com discrição e obra prima, os que só receberam de si o melhor, a arte, a carreira icónica, o camaleão só empreendeu mais uma metamorfose, estará sempre à distância de um clique, liberto da lei da morte, será sempre o que sonhou, empreendeu e foi herói em tantas vidas.
O pó das estrelas ficou mais brilhante com a sua genialidade.
Hoje não nos admiremos se passarmos a ver no manto da noite duas novas estrelas cada uma de cor distinta.

sexta-feira, janeiro 08, 2016

Acordo ortográfico

Os portugueses sempre se entenderam com os países de expressão portuguesa (a Guiné Equatorial não entra) e vice-versa.
A língua é a pátria, como clama Fernando Pessoa.
Brasileiros e demais irmãos desta enorme língua sentem, certamente, orgulho de Fernando Pessoa, Saramago, de Eduardo Lourenço, de Damásio, Amália, de novas e velhas referências (escolhi estes nomes sem querer excluir ninguém de tantos que admiro). Como me orgulho de Buarque, de Mia Couto, de Jorge Amado, Machado, de Pepetela, Virgílio de Lemos, Gil, Cesária Évora, de Onjaki (repito-me, todos os nomes merecedores não caberiam aqui). (Sim, também sei que alguns nomes não escreveram).
Adoraria saber Crioulo, um dia aprendo. Já terei mais dificuldade em aprender mirandês. Mas estes mantêm a sua individualidade cultural.
 Mas cresço quando aprendo os termos do português com açúcar, os nomes que as coisas ganham nesta língua tão rica, na América, África ou Ásia, ou somente na forma de pronunciar os mesmos termos.
Alguém decidiu que não nos entendemos. Alguém pensou que o português só continua a ser essa língua do mundo se for unificada. A pronúncia, os sotaques, os termos únicos que se usam em regiões (mesmo dentro de cada país) não nos diminuem, enriquecem-nos. Enriquecem a língua e permitem que continuemos a ter identidade dentro da mesma língua, e a observação estende-se à escrita.
Li a Turma da Mônica, o Professor Pardal e muitos mais quadradinhos (única leitura que amava e aceitava na primária). E nessa altura em que estava a aprender a ler (porque já sou do clube dos que usam a expressão "no meu tempo"), estes livros mágicos eram escritos em português do Brasil. E nessa altura aprendi a escrever sem erros (estes vieram mais tarde, com a preguiça, os correctores ortográficos e o pc).
Dentro da pátria da língua manter identidades só nos enriquece. 
As diferenças que colhemos dos nossos irmãos e aprendemos estimulam-nos. Adoro o nasalado africano que nunca se perde, como Viseu ou Guarda assentuam SS (em Ch), adoro o açúcar dos rs e esses do Brasil e as vogais que criam ditongos de sons diferentes. O Alentejo, a Madeira, os Açores dão-nos sons desta língua que nos permite identificar as origens. O Norte ou a área de Lisboa oferecem-nos uma identificação só por características de sotaque ou mesmo de termos.
Eu quero continuar a ter um português rico, que evolui com todas as diferenças, em que todos nos entendemos na partilha duma mesma língua de que nos apropriamos, criando identificação e identidade, sem que excluamos ninguém.
Não, já não discuto se os outros países não adoptaram, na prática, o acordo, ou se o Brasil o impõe agora.
Mas sinto que nos roubam, a todos, identidade. Que todos (de cada um destes países) estamos a permitir que a língua encolha, por decreto, em nome de que ela passe a ser o que já é: Português de todos que o falam.

quinta-feira, janeiro 07, 2016

Terrorismo




O terrorismo é nada mais que um crime hediondo, praticado por fanáticos criminosos. Não mancha nenhuma religião, mas infelizmente é muitas vezes "justificado" pelos próprios bárbaros como acto praticado em nome de uma qualquer Divindade ou Profeta.

Neste tempo de terror crescente em nome de  suposta auto-legitimação Superior, que por acaso calha ser quando se assinala um ano do terror em Charlie Hebdo, mas que todos os dias mata em todos os continentes (e a vida humana tem o mesmo valor inviolável em qualquer continente), deixo-vos uma citação de Voltaire, in Tratado da Tolerância, p. 19, edição Relógio D'Água:

"(...) porque temos religião que baste para odiar e perseguir, e a que temos não chega para amar e socorrer."


Choque de tradições

Há qualquer coisa de chocante a passar-se nesta democracia.

Eu não estou habituada a que um Governo cumpra as suas promessas e governe.

terça-feira, janeiro 05, 2016

Hipopótamos nas Presidenciais.

Os hipopótamos usam a cauda como ventoinha para espalhar a m*, digo trampa.
Paulo Morais usa a candidatura presidencial.

(Dói-me muito porque adoro hipopótamos, até somos parecidos, sem ventoinha).

Cândido ou o candidato anti debate

Cândido, esse candidato ilustre anti-debate, é artista - escreve livros que toda a gente entende (diz o próprio, eu acredito mas nunca li).
Cândido quer ir no 8 de Março à aldeia do Norte cozinhar para as mulheres e mostrar que pode haver afecto e convívio entre mulheres e homens.
Mas a pérola: Cândido prova desta forma que é generoso com o acolhimento de refugiados - vou abrir aspas embora a citação não seja ipsis verbis pois ouvi na TSF e encostei para partilhar antes de me despistar em gargalhadas - "sou uma pessoa generosa com refugiados, até tenho uma propriedade no Alentejo e Tejo lá dois (Era a parte que estava a correr bem - parênteses meu), dois  asininos de raça Mirandesa para a preservação da espécie".
Hahahah
Eu adoro burros, se tivesse uma quinta tinha um refúgio para eles, mas esta declaração é maravilhosa.
Até já quero que se adiem as eleições para a campanha continuar. Cândido, amigo, o burro está contigo (em tigo?)

segunda-feira, janeiro 04, 2016

Número Portas



Não sei se é exactamente o número 2015 ou 2016, o que sei é que não há ano que termine sem um número Portas. Vejamos:
- n.º de militante (juventude) do PSD ou de visitas a Sá Carneiro;
- vários números escaldantes do Independente, várias cabeças roladas;
- um n.° de criador, criatura e queda do paraíso, protagonizado com Manuel Monteiro;
- um n.° de sopa fria;
- n.° de eleições para líder parlamentar em que uma caneta falha;
- n.° Moura Guedes deputada;
- n.° de despachos assinados por Telmo numa noite ou duas;
- n.° de fotocópias de arquivo pessoal;
- um sem n.° de feiras, de boinas, de lavradores, de pensionistas, de veteranos de guerra;
- um n.° que provavelmente mais parece um número telefónico, de tão obsceno (para citar um amigo que ainda por cima milita pelo líder), de tridentes e primos;
- um n.0º de sobretaxa irrevogável;
- números de sondagens e margens de erro ultrapassadas;
- uma lemniscata de números de vítima;
- n.° Limiano e números loucos com a figura do Marco de Canavezes; 
- n.° de nozes, cortiça, azeitonas, azeite, mel ou sei lá o quê que ofereceu em debate parlamentar;
- n.° de miséria franciscano para CR7 divulgar Portugal;
Lista não exaustiva de quem brilhava no exterior como um rei Midas em visitas oficiais - e admito já que aqui possa haver erros e confusões que o número da minha idade já pesa.

Mas não terminamos 2015 sem o seu grande número. Portas a ser Portas, cujo número de neurónios lhe desconheço, mas que de burro não tem nada.

Alguém acharia que o próximo congresso ía ser um passeio pelo parque, apoteótico para Portas, como têm sido? ( Embora o último já com algum atrito)?
Portas gosta de crónicas de vitórias anunciadas, ou de morte anunciada (basta ver como se distanciou de Santana Lopes na campanha contra Sócrates).

Se há coisa que Portas faz bem - quando não se revoga- é sair pelo seu próprio pé (esticar o pé quando alguém passa também é finta para não lhe sair mal).
Portas sai antes de ser explicitamente atacado em congresso (e pode sempre repetir à exaustão o mesmo que os militantes repetem: a PaF ganhou) pelos pupilos do senhor reitor, já com sede de poder, e pelos outros.

O CDS quase deixou de ser e voltou com o PP de Portas, reconheçamos. E nada me tira da cabeça que aquele acrescento PP é a inscrição das suas iniciais no partido.
Neste momento o objectivo é que o problema "o CDS quase deixou de ser novamente", não seja de Paulinho. Se Portas já não estiver, será sempre o que esteve quando o partido voltou a ser, e integrou poder (primeiro consigo na sombra a manobrar marionetas e depois a roubar o palco). Os outros, os que lhe sucederem, serão sempre os que estarão num partido que não existe, que já não é, que deixou de ser apenas o partido da personalidade de Portas, para passar a ser o partido de guerrilha de egos.

Por mim, que adoro congressos, venha Março.
O patriarca Portas fará o número tabú, de estar ou não estar, para não tirar a luz aos pupilos.

Adorarei ouvir Melo aos tiques, a lançar perdigotos em palco e bastidores (se ganhar abdica da féria de deputado europeu?)

Cristas, que acha que já o é antes de o ser, jogará subtilmente, em bastidores e orações - que isto não serve só para chuva - e talvez aposte que Melo não queira deixar de ser eurodeputado tão cedo. É a que espera ser escolhida como se nunca se candidatasse.

Ouvir Diogo Feio tomar posição será sempre penoso, já que falar é para o próprio sempre uma enorme maçada, de demonstrada arrogância, um frete incrível que faz aos seres inferiores. Apenas comparável ao seu mau gosto para escolher gravatas.

Mota Soares já retirou a lambreta.

João Almeida, sapato castanho e tudo o resto pior, já uma vez protagonizou um número inesperado de coragem em congresso, a coragem da moção da Jota. Espera talvez que alguém se lembre, e que a Jota esteja consigo. Às tantas sonha fazer a rodagem a algum veículo novo.

Hélder Amaral, que bem podia mais ser do que o que é, foi-se apagando na chama de quem parece eternamente agradecido e a ninguém quer melindrar.

Ribeiro e Castro quer o seu momento de glória no púlpito. Embora o próprio saiba que não faz sentido protagonizar mais do que isso, quando já almejaria estar inscrito noutro. E, mesmo que o quisesse, nunca seria um Pacheco Pereira do CDS - não basta querer a mesma autoridade, a craveira intelectual do segundo é dificilmente igualável.

Telmo esteve forte nos debates da queda do Governo, mas talvez ninguém se lembre de quem tanto despacha.

O ex da economia voltou à economia, que não é homem de arriscar, mas de amealhar.

E Bagão não está para isso. Já se distanciou do morto.


Aguardo com entusiasmo ouvir o discurso de Anacoreta filho. A esta hora já terá gasto baterias de telemóveis em contactos. E o homem sabe tão bem como se faz um filho (não sei se por gosto), que até resolveu explicar na AR que frequentou o primeiro ciclo de ciências da natureza e aulas de moral.
Gosto sempre de me rir. 

Lobo Xavier é o eterno "mais depressa Jesus desce à Terra". Mas o problema são os 30 ou mais dinheiros. Lá aparecerá como figura da corte no segundo dia de congresso.

Uma certeza podemos ter: há congresso. Haverá patilhas, camisas abertas, boinas, casacos de caçador, e bandarilhas espetadas nas costas e à má fila.
Não esqueçamos: Portas pode ter dito algo como "não vou por aí", mas nunca disse "não sei para onde vou, não sei para onde vou".

Com tantos dias dedicados a Portas e o seu emocionado adeus, eu quase temi que a orfandade gritasse: Portas ao Panteão Nacional.

P.S. Tenho, porém, um mea culpa a fazer.
Eu que não compreendo programas que se dedicam a colher opiniões em estúdio por telefone, ou nas ruas, (tardes e manhãs inteiras) devo reconhecer que ouvi aí uma senhora sábia. Questionada (em plena rua) sobre a partida de Portas e a sua sucessão - e embora eu não tenha ficado convencida que a senhora não tenha julgado que ele se quinara - respondeu que "deviam pôr lá Rui Rio".
Ora, eu não podia estar mais de acordo. No CDS é que Rio estava bem. Era uma esperança de duplo desaparecimento e sempre se poupava nas exéquias.




domingo, janeiro 03, 2016

Sua excelência o Presidente da República

Eu quis, tentei, mas não posso passar sem vos escrever umas palavras sobre a mensagem de Sua Ex.a o Presidente da República.
Então a estória dessa triste figura que, quer queiramos quer não se inscreve na nossa história, rezou assim:
- Olhos pouco abertos de pisco, que ninguém sabe se tem pestanas;
- uma bandeira portuguesa ao lado que se desconhece se é lavada a seco, ou se é made in China;
- não tivemos a visão da mesa pé de galo (que desta vez invocou tudo menos espíritos);
- quanto àquele formato de lábios pouco há a fazer é só o horror pode dizer;
- o homem está velho, carcaça e velho, mas isto não é defeito (que da lei da vida ninguém escapa, já de bons negócios com acções do BPN só alguns se privilegiam);
- falou desses portugueses que fazem Portugal (ainda se lembrou a tempo);
- do orgulho, como convém;
- mais uma vez é o único que conhece o país real (dassss que aí vêm mais uns roteiros, que fazem correr tinta como textos herméticos);
- nem uma palavra para as cagarras. O que me pareceu injusto;
- nem uma palavra para famintos, sem abrigo e crianças na miséria (o que me pareceu coerente);
- pelo menos uma vez disse a palavra diáspora (que agora é assim, que se fala de quem foi lá para fora ganhar a vida, ou foi daqui escorraçado, não a salto);
- nem Maria, nem presépios;
- e falou de tudo e nada.
E sobre a mensagem que comentário? O mesmo que o de todos, foi a última mensagem de Ano Novo de Cavaco.
Adeus, não se demore V. ex.a. e vá empacotando os tarecos e os presépios.

sábado, janeiro 02, 2016

Presidenciais

Agradecia, encarecidamente, que se reformasse a CRP.
Nas próximas presidenciais, em vez de tantas assinaturas, exija-se só que os candidatos leiam a CRP no que concerne a poderes e funções presidenciais.

sexta-feira, janeiro 01, 2016

2016

Querido ano novo eu só quero  €1 a mais, ou 1 gr. a menos, por cada resolução de ano novo, murmurada ontem entre passas e espumante, de "este ano vou para o ginásio".
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