quinta-feira, janeiro 08, 2015

Je suis Charlie

Je suis Charlie
Charlie Hebdo 

quarta-feira, janeiro 07, 2015

A(s) mão(s) que controla(m) o GES=BES


A(s) mão(s) que comanda(m) o GES=BES

por maria l. duarte, em 06.01.15
Esta Comissão Parlamentar de Inquérito ao GES/BES centrou o interesse no Parlamento. Há transmissão televisiva, em directo, muitos portugueses a ver/ouvir, os jornais e os telejornais debruçam-se sobre a mesma, os deputados, genericamente, estão a mostrar um bom trabalho, e os portugueses estão a gostar, e há deputados a brilhar. Mariana Mortágua brilha em inteligência, pertinência e beleza.

Agendada que está a audição do Contabilista, para dia 8 de Janeiro, somos todos desiludidos com a informação de que a mesma vai ser «à porta fechada», sem transmissão. Desilusão.

A série, líder de audiências, do Canal Parlamento vai privar-nos de um dos seus melhores e, certamente, mais longos capítulos.

Este contabilista não é um personagem qualquer, ele já foi:
  • O culpado disto tudo (guião Salgado)
  • O pau mandado disto tudo (guião contabilista);
  • O confesso culpado disto tudo (guião contabilista);
  • O inocente bode expiatório disto tudo (guião Ricciardi);
  • O desaparecido disto tudo, com último encontro/morada conhecida nos EUA (guião Salgado);
  • O residente em Lisboa, disposto a aparecer (guião Salgado);
Disposto a aparecer, talvez, mas nós não vamos poder assistir.
Isto causa-me um enorme transtorno.
Estando, ao que parece, os diferentes depoentes em ruptura com, pelo menos, alguns dos outros. A cortar laços e a fazer estratégicas alianças, entre si.
Para efeitos de comparação com algumas práticas de organizações semelhantes, de outros países, eu tenho tido o cuidado de escrutinar em cada visualização, o verdadeiro cerne (pode incluir cherne) da questão: os depoentes têm, ou não, os dois dedos mindinhos?
E o pior é que já pus moedas a mexer para esta minha investigação científica, agora, boicotada.

publicado às 23:06

segunda-feira, janeiro 05, 2015

Sobre a proposta de alteração ao Estatuto dos Magistrados/retribuição


Sou favorável ao aumento da retribuição dos magistrados. Terão de ter retribuição condigna. Tal como defendo aumento de retribuição de políticos, de enfermeiros, e podia continuar. Quero juízes que possam ter um bom nível de vida, que possam aceder à produtos culturais, a bons livros, viagens, claro que sim. Mas assumamos, condignamente, esta posição. Se inicialmente se falava numa proposta de blindagem dos salários dos magistrados a futuros cortes, seguindo outros países, como bem revela o Diário de Notícias de hoje (2015.01.05), em artigo assinado por Filipa Ambrósio de Sousa, a opção foi abandonada. Mas surge um subsídio pela exclusividade da função. É certo que um Magistrado só pode exercer em exclusividade, mas isto soa-me a pouca clareza e coragem. Em forma de não chocar o povo. Um funcionário público para exercer outras funções tem de pedir autorização, que pode ser negada. Um privado que a tal se comprometa, tem de pedir autorização, e mesmo quando isso não é claro, é sempre discutível. Coloca em causa o seu descanso, a sua disponibilidade, concentração para o trabalho? É actividade concorrente? Ora, nada impede um Magistrado de deixar de o ser. E de exercer outras funções. Se se atribui um subsídio de exclusividade QUANDO A PROFISSÃO NÃO PODE SER EXERCIDA DE OUTRA FORMA, assumamos, estamos a aumentar retribuição, e se assim é, que isso se faça na retribuição base. Haja coragem, não se invente subsídio justificativo, quando se defende uma causa condigna.

domingo, janeiro 04, 2015

Gripe Mortal

Portugal tem todas as condições para aliviar a pressão da Segurança Social, diminuindo o número de reformas a pagar, dentro de poucos dias. Como? Através de um surto de gripe, agressivo, que aí vem.
Isto não é nenhuma teoria da cabala (aviso já). Não estou a dizer que o vírus foi criado, propagado ou tornado mais agressivo com esse fim. Não sou partidária desse tipo de teorias patéticas.
Contudo, temos avisos televisivos que indicam o prazo de 3 semanas para um verdadeiro surto de gripe agressiva, e não explicam (e nem todos podem entender) que a gripe agressiva já aí está.
Doentes crónicos ou indivíduos especialmente frágeis, crianças de tenra idade ou idosos, são a população que corre, como é expectável, o maior risco.
Portugal não tem uma rede social capaz e generalizada de apoio aos idosos. Salvo os que estão acamados e têm um qualquer serviço de higiene e alimentação ao domicílio, os demais estão por sua conta e risco.
Todos os dias estes idosos vão à rua, com as suas dificuldades, expor-se ao frio e aos vírus, para comprar alimentação ou medicação, quando o dinheiro chega. E quase nunca chega.
Portugal tem casas mal isoladas, e mal aquecidas.
As rendas que se mantêm aos níveis a que os idosos podem pagar, são rendas de casas com parcas condições, sem aquecimento condigno. Todos os anos se morre com braseiras ou com o colapso da rede eléctica da casa, que não aguentou a sobrecarga de aparelhos de aquecimento.
Mas, e sobretudo, as reformas miseráveis (que os nossos agentes políticos crêem que chegam, porque o nível de vida é outro) se não chegam para alimentação condigna ou farmácia, não chegam, certamente, para pagar energia que mantenha a casa quente.
Não há plano qualquer de contingência, salvo assegurar que os hospitais têm medicação e que se reforçaram para haver menos listas de espera, ou alargaram consultas.
Aliás, Lisboa já suspendeu o plano de contingência de acolhimento dos sem-abrigo. Não acabou só a maior onda de frio, se é que acabou. Acabou o Natal. E é sempre assim.
A maioria das cidades nem tão pouco teve qualquer apoio a essa população desprotegida. Nem têm, normalmente, faça frio de gelar, ou chova a cântaros.
Os números de mortes em Janeiro de 2014 são muito expressivos. Este ano espera-se um surto de gripe, de vírus mais agressivo, para que a vacina terá pouco mais de 50% de eficácia. Pelo menos já temos um registo de mortes em directo.
Haja verbas para subsídios de funerais. Porque reformas miseráveis vão perder muitos beneficiários. 
Estas contas cabem na folha de cálculo. As pessoas não.

sábado, janeiro 03, 2015

Rendeiro

Rendeiro

por maria l. duarte, em 03.01.15
Ditosa pátria que tão ilustres filhos pare.
Gosto de Rendeiro.
Aprecio que lance livros uns dias antes de estoirar um banco, e enquanto ele rebentava por dentro.
Lança livros depois do Banco já estar fechado e enquanto correm processos.
Tão impoluto, mas tão acima de qualquer suspeita, comenta o estoiro do BES.
E quando confrontado com a confirmação da coima de 1 milhão, aplicada pela CMVM, reage sem tretas:
«Está tudo prescrito, ou estará prescrito em pouco tempo».
E, está tudo dito. 
Rendeiro, tu estás lá.

O nevoeiro que vem de Belém


O nevoeiro que vem de Belém

por maria l. duarte, em 02.01.15
Todos ouvimos a repetição da mensagem do Presidente da República (inequivocamente, repetição).
Mais uma vez, sem qualquer pejo, Cavaco fez o que faz sempre. Cumpriu a sua agenda. Embrulhou a sua vontade e serviu-a (e, claro, achou que ninguém percebeu).
Como é que este homem foi Primeiro Ministro 10 anos, e há-de ser Presidente da República outros tantos? E, obviamente, como é que não há-de julgar que impõe a sua vontade aos portugueses?
Reeditar as conversas em família, com a fotografia do clã virada para as câmaras, é só um apontamento.
Podia ter as paredes forradas com fotografias dos amigos Espírito Santo, Duarte Lima, Dias Loureiro, Durão Barroso,  o Presidente do BPN, e outros afins, ficava-lhe bem.
O que fez o Presidente da República em 9 anos de Belém?
Fez isto mesmo, eriu a sua agenda. Geriu notícia, até se anunciou escutado, ah e tirou fotografias de família.
Como exerceu os seus poderes?
Com ar de quem manda, pois claro. A receber os políticos meninos no seu palácio. E eles lá vão, com ar de quem vai ao gabinete do director dos colégio.
Mas, em concreto, exerceu poder? Há quem julgue que não. Eu penso que sim.
Escolheu exercer esses poderes no alinhamento - repito-me - da sua agenda, da sua ideia de governo, de forma cúmplice e colaborativa.
Era isto que se esperava de um Presidente da República quando o país mais necessitava de um bastião, um último reduto de humanização de folhas de cálculo, em tempos de crise? Obviamente que não.
Os limites da defesa da dignidade da pessoa, do Estado de Direito, da Constituição da República Portuguesa foram realizados apenas, e sem poderes oficiosos, pelo Tribunal Constitucional. Que troika, Durão e PM atacaram sem respeito pelos portugueses e pela soberania que Portas não se cansou de dizer que estava diminuída.
Cavaco insiste em cada mensagem, em cada discurso, em cada prova de vida no «eu avisei, eu alertei, eu chamei a atenção».
«Bem prega Frei Tomás, (...)», lá diz o ditado.
Convenhamos, as mensagens de Cavaco são como as previsões do horóscopo. Pejadas a ideia de poder de influência de quem as debita, e em modo «abstracto ou dá para tudo».
Falar não é fazer. Falar e não usar os poderes para levar a fazer, não é nada. 
A Presidência da República era uma magistratura de influência. Agora tememos todos que só reste a influência.
E cada vez mais aprendemos que as influências, o abrir portas, raramente serve os portugueses. Ou, pelo menos, a maioria dos portugueses.

A Esquerda está condenada a entender-se

A Esquerda está condenada a entender-se

por maria l. duarte, em 02.01.15
O ano de 2015 é decisivo para Portugal, com legislativas de permeio, e campanha presidencial declarada.
Esqueçamos as lendas e narrativas.
São inócuas as vozes que ainda acreditam numa possível vitória desta maioria. A única dúvida é, de facto, saber a que percentagem de votos estão reduzidos. Fazem pior do que Santanta? E o CDS, é o novo Bloco?
Costa não pode, não quer e não governará com o PSD e não reeditará um bloco central. 
O CDS afundou-se em coligações, sumarinos e Nuno Melo. Foi aspirado, como a voz nasalada e fininha de Pires de Lima, na sua vergonhosa performance das taxas e taxinhas, temperada com basqueiro e deputadas finas de Lisboa.
A Esquerda está condenada a entender-se. Tem um líder, neste momento, Costa, e terá um Presidente da República (provavelmente).
Ouvir a sociedade civil, e o seu afastamento face aos designados partidos tradicionais, é perceber isto.
Os portugueses sabem sempre o que querem. E não querem esta política sem resultados. Ainda que agora o Governo alivie a asfixia em reposições que lhe foram impostas e em rasgos eleitoralistas.
Os portugueses não querem pseudo-escolhidos, com ar de autoridade, a relembrar senhores de botas escuras e ditaduras; não têm nenhuma dificuldade em viver em democracia. Não têm complexo de falta de líder - como tantas vezes, de forma estúpida, se afirma (mais ou menos em surdina, a temer o juízo certo).
Os partidos não têm de ser o que não são, nem negar a sua essência. 
Mas num país real, num contexto real, atentando a políticas reais - depois das eleições, é certo - tem de haver entendimentos, sectoriais (se outros não forem exigidos pelo número de eleitos parlamentares do PS).
A Esquerda não pode manter-se acantonada, para derrotar as políticas estéreis de direita, está condenada a entender-se.
E aqui há muito de ideologia, de política e de pragmatismo, e ainda bem.

Lituânia

Lituânia

por maria l. duarte, em 01.01.15
A Lituânia entrou na zona Euro. Há apostas para saber em que ano é o resgate?
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