A Esquerda está condenada a entender-se
por maria l. duarte, em 02.01.15
O ano de 2015 é decisivo para Portugal, com legislativas de permeio, e campanha presidencial declarada.
Esqueçamos as lendas e narrativas.
São inócuas as vozes que ainda acreditam numa possível vitória desta maioria. A única dúvida é, de facto, saber a que percentagem de votos estão reduzidos. Fazem pior do que Santanta? E o CDS, é o novo Bloco?
Costa não pode, não quer e não governará com o PSD e não reeditará um bloco central.
O CDS afundou-se em coligações, sumarinos e Nuno Melo. Foi aspirado, como a voz nasalada e fininha de Pires de Lima, na sua vergonhosa performance das taxas e taxinhas, temperada com basqueiro e deputadas finas de Lisboa.
A Esquerda está condenada a entender-se. Tem um líder, neste momento, Costa, e terá um Presidente da República (provavelmente).
Ouvir a sociedade civil, e o seu afastamento face aos designados partidos tradicionais, é perceber isto.
Os portugueses sabem sempre o que querem. E não querem esta política sem resultados. Ainda que agora o Governo alivie a asfixia em reposições que lhe foram impostas e em rasgos eleitoralistas.
Os portugueses não querem pseudo-escolhidos, com ar de autoridade, a relembrar senhores de botas escuras e ditaduras; não têm nenhuma dificuldade em viver em democracia. Não têm complexo de falta de líder - como tantas vezes, de forma estúpida, se afirma (mais ou menos em surdina, a temer o juízo certo).
Os partidos não têm de ser o que não são, nem negar a sua essência.
Mas num país real, num contexto real, atentando a políticas reais - depois das eleições, é certo - tem de haver entendimentos, sectoriais (se outros não forem exigidos pelo número de eleitos parlamentares do PS).
A Esquerda não pode manter-se acantonada, para derrotar as políticas estéreis de direita, está condenada a entender-se.
E aqui há muito de ideologia, de política e de pragmatismo, e ainda bem.
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