Por favor não se calem

Sexta-feira cheguei do escritório e pensei trabalhar em casa, eram 23h. Estava com tanta vontade, mas tanta, tanta, que o melhor era nem trabalhar para não estragar!

Os deuses estavam nitidamente do meu lado porque mobilizaram para baixo da minha janela uma bateria de tambores e metais que resolveu fazer todo o musical da escola de samba aqui mesmo. Já que não tenho grandes pensamentos, o problema ficou resolvido, porque eu nem sequer me conseguia ouvir pensar.

Mas nada se compara à maravilha de Domingo. Logo de manhã havia meia maratona... antes das 9 da manhã já eu tinha ouvido algumas 10 vezes a marcha do vapor! Sentia-me incompleta: VENHA DE LÁ ESSA MARCHA PELO MENOS MAIS 90 VEZES! A discografia que se seguiu era absolutamente perfeita!

Claro que em dias normais ouço trechos da marcha do vapor de hora a hora... ó relógio da praia tem todo o prazer em anteceder as badaladas do seu som de sininho de um cheirinho de vapor!

Como não se estraga algo que começou bem, toda a tarde ouvi bombeiros a marchar com as suas silenciosas bandas! Ora, calma que vai passar mais um rancho!

Com tanta melodia nem consegui a ouvir a maravilhosa selecção musical que vem da feira! E os feirantes que se esforçam tanto... é injusto!

No entanto, devo avisar, que passei aqui a tarde toda com o coração apertado, a pensar que estava a acontecer uma desgraça... é que de 4 em 4 minutos há uma sirene que guincha! Mas afinal, não há caso para alarme, é só o aviso de que terminou mais uma voltinha nos carrinhos de choque! Mais uma volta, mais uma moeda, mais uma sirene...

Ainda bem que eu não gosto de dormir em silêncio, nem de trabalhar em silêncio, nada disso!

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