Eufémia, nem Catarina, nem Santa! Só verde de vergonha.

De repente toda a comunicação social nota o facto de Rui Pereira, Ministro da Administração Interna, vir a público com um comunicado em que considera a actuação dos activistas ou arruaceiros Verde Eufémia um ilícito criminal e que por isso irá decorrer investigação, dirigida na fase de Inquérito pelo Ministério Público.

Eu confesso que ainda pensei que estava perante o Terceiro Segredo de Fátima... só depois é que me lembrei que esse também já foi revelado!

Fiquei esmagada com a iluminação minesterial que fez parar o jornalismo! Será que só com a sua anunciada reforma penal é que invadir propriedade alheia e danificar bens alheios, ainda que transgénicos, é um crime em Portugal? Vejam lá a minha ousadia... eu ía jurar que o Código Penal já tipificava estes crimes...

Mais uma vénia ao Ministro ex-efémero juiz do Tribunal Constitucional... a isto é que se chama agir, tomar posição, mostrar pulso e autoridade: as autoridades policiais têm ordem clara do Ministro para actuar em caso de existência de ilícitos criminais e neste caso irá decorrer uma investigação criminal, que na fase de Inquérito será dirigida pelo Ministério Público! Jamais visto!

Mais uma vez, eu que sou má, tive uma sensação de déjà vu. Sempre achei que em Portugal vigorava o princípio da legalidade na actuação do Ministério Público e que perante a notícia de um crime a investigação era obrigatória e não uma questão de oportunidade ou «ordem» minesterial, e mais... tinha a ligeira sensação de que a Constituição e o Código do Processo Penal não deixavam dúvidas sobre o facto de o dominus da fase processual de Inquérito ser justamente o MP.

Parabéns Sr. Ministro sem esta sua intervenção o normal podia não acontecer.

Continuamos é sem perceber se a GNR podia ter evitado, pelo menos em parte, tamanha destruição e sem perceber quantas foram as pessoas identificadas...

O país este Verão pode não estar em chamas... mas para mim o Sr. Ministro já arde em lume brando... ou deveria dizer demasiado brando?

dass