Há uns anos soube de um casal do sul do concelho que, em vida, como não tinham filhos, resolveram comprar umas campas num cemitério. Comprar o terreno não seria nada original, mas fizeram mais do que isso: para evitar qualquer dúvida dos sobrinhos que lhes sobrevivessem escolheram as pedras das campas e mandaram aplicar... depois íam lá visitar o espaço e limpar o mármore! Ora, acontece que as campas foram compradas demasiado cedo... a morte tardava em chegar e o casal entendeu que aquelas campas já estavam fora de moda, por isso resolveram mandar retirar aquele mármore e aplicar um modelo mais fashion!
Acontece que na minha família também há assim umas ideias avançadas. Por acaso até tinha ideia de que já vos tinha falado desta história, mas cá vai.
Os meus avós compraram um jazigo! Tinham, de certeza, medo de morrer e que gastassemos o dinheiro antes de pensar onde os guardavamos para a eternidade! Eu acho um bocadinho estranho escolher a última morada, mas respeito. Cada um sabe de si.
Ora, lá fomos visitar o jazigo, eu e a minha mãe, na Pampilhosa!
Primeiro, se aquilo é um jazigo, quem tem casa de gás em casa, o melhor é ir ver se ninguém lá depositou um morto! É que é igual!
Segundo, o jazigo tem cortinas! Sim, não tem lá nada nem ninguém dentro, mas tem cortinas! Há que proteger as aranhas do sol! Na realidade a avó não quis foi arriscar finar-se e gramar com umas cortinas que não fossem do seu agrado!
Confessem lá, andam todos preocupados com o facto de depois de mortos as cortinas não serem do vosso agrado!
Eu detesto cortinados, mas como o jazigo também não é meu... nem sou da Pampilhosa... quero lá saber!
O pior foi que a minha mãe resolveu inspeccionar bem a casota... ora é só contar: uma, duas, três, quatro prateleiras!
Como? Mas que m**** de insinuação é esta? Avó+Avô dá dois! Oh seus piadéticos as outras duas prateleiras são para quem? Hã? Até levo a mal! De todos os convites maus, este foi o pior!
Pelo sim, pelo não, nunca mais lá volto!
dass
8 comentários:
Estou em crer que os teua avós sabem/sabiam mais do que a Amália.
Nunca pensaste no encanto que é namorar e tal num cemitério?!!
É só vantagens.
Vejamos:
-Sossego total;
-Ausência de mirones;
-Meia luz;
-Luz de velas;
-Flores a rodos;
-Há sempre umas colchas para deitar e ainda sobram para fazer de almofadas;
-As prateleiras servem de beliche;
-Aguinhas das jarras para uma lavadela;
-As cortinas para limpar;
-A mobília não abana;
-Mija-se na campa daquele gajo de quem nunca gostámos;
-E a parceira, pelo seguro, nunca vai para longe, adormece ou dá o fora.
Precaução: Ao levantar a tola ter em atenção para não bater na prateleira de cima.
Avós finórios os teus. Um legado precioso e a aproveitar enquanto dá!!!
Cara DASS,
há já muito tempo que acompanho este blogue e a blogosfera figueirense. A verdade é que nesta última madrugada nasceu o "Zé do Conhame", um novo blogue do concelho, que pretende encarnar a figura de um miserável mas irreverante e caricato buarcosense que vagueia pelas ruas da vila e que vai espalhando a sua maneira de ser por onde passa. Este blogue pretende ser um sítio onde eu me possa divertir e tentar divertir os outros, de uma maneira diferente e original. As expectativas não são muitas, nem muito altas porque já estou habituado à blogosfera e à dificuldade de afirmação nestas andanças. Espero contar com o seu blogue para futuras parcerias/projectos para dinamizar a blogosfera figueirense e, quiçá, instalar novas formas de humor na blogosfera figueirense. Para já a tentativa é de fidelizar leitores e visitantes. Espero que vá passando pelo cantinho do Zé do Conhame e que critique (de forma construtiva), que faça sugestões e apreciações ao trabalho que vou desenvolver.
Obrigado pela atenção e disposição,
o Zé do Conhame
Lol.
Eu prefiro mesmo ser cremado. Assim ainda algum doido pode snifar as minhas cinzas e ficar tolinho de vez! ah ah ah
há um vizinho meu que mandou construir um jazigo no cemitério de buarcos, e não só está tudo prontinho, como lá tem o nome dele, e ele continua vivo, de saúde, e a trabalhar!
enfim...
Comigo também não contes que para mim será a cremação.
Simples e sem pedaços de pedra nem flores.
Eu tambem prefiro cremado... mas tem que ser com Tuli-creme!!!!
Já estou como o Cú, se me querem fazer algo, que o façam em vida, depois de morto atirem-me ao mar que eu de certeza não me vou importar!
Eu no seu lugar também já não punha mais os pés na Pampilhosa ... chiça com uma prateleira à espera!
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