Por decisão da equipa socrática os Estádios de Futebol passam a pagar IMI... e se atentarmos nos dos maiores clubes, cada um pagará cerca de €200.000/ano.
Como o futebol tem muita força, parte I, vem logo a mesma equipa dizer que o imposto só é cobrado se a autarquia o entender.
Como o futebol tem muita força, parte II, vem a Associação Nacional de Municípios dizer que as autarquias não deverão cobrar o imposto, até porque ele representaria no seu orçamento algo de irrisório. Até pode ser, mas ainda me parece que não pagando a maioria dos contribuintes €200.000 de IMI (antiga contribuição autárquica), o seu contributo é ainda algo de mais irrisório para o orçamento municipal, pelo que, por esta lógica, também não deveria ser cobrado.
Como o futebol tem muita força, parte III, vem o Hermínio Loureiro deputado da Liga, desculpem, ex-governante, deputado da nação e presidente da liga, dizer que este «ataque» do governo só pode ser um «complexo com o futebol». Pergunto eu: então devemos presumir que os socráticos têm um complexo com os doentes internados e com os doentes sujeitos a cirurgias em regime de ambulatório?
Diz o Presidente da Liga que o futebol profissional tem muitas dificuldades... olhe como os portugueses estão cheios delas, se calhar podiam deixar de pagar IVA, IRS, IMI, IMT, IPP, que tal? Entretanto aproveitavam e contratavam uns empregados a receber milhares de euros, como fazem os clubes. Boa?
dass
4 comentários:
Se o Governo português fosse verdadeiramente corajoso, moralizador e reformista, decidiria alargar o imposto municipal sobre imóveis a todos os edifícios de todos os ministérios governamentais, para além dos estádios de futebol que estivessem ao serviço de equipas exclusivamente profissionais. Isso sim, iria resultar em receitas para os municípios, e para os municípios de todo o país, porque em todos eles ainda haverá departamentos estatais (tribunais, repartições de finanças, centros de saúde, escolas, etc.), e faria com que o Estado se colocasse ao nível dos cidadãos e também ao nível dos clubes de futebol profissional, dando o exemplo. Se assim fosse, as sociedades anónimas desportivas que gerem os principais clubes portugueses não teriam margem para barafustar. Porque estamos a falar de uma verba anual que ronda os 250 mil euros. Nada que uma comissão mais baixa a determinado empresário não possa suportar. Mas, assim, é difícil de aceitar e compreender mais esta medida avulsa, que parece ter só um objectivo: colocar os clubes de futebol contra o Governo, para que José Sócrates passe para a opinião pública a ideia de que é um homem de grande coragem. Só que é uma coragem de Pirro, como se vê...
Acima de tudo, é de realçar, pela negativa, claro, a postura irresponsável da ANMP. Autarquias que recusam cobrar impostos, justificando que 40 mil contos é irrisório, devem andar a nadar em dinheiro e não falidas como toda a gente sabe. mas esta história do IMI tem água no bico: ou muito me engano, ou é daquelas contrapartidas à Lei das Finanças Locais, inventads pelo Governo, a que os autarcas batem o pé porque não querem migalhas. Assim como assim, politiquices, é o que é!
Já não há pachorra para os homens da governança!
E a justiça fiscal essa desconhecida.
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