domingo, novembro 05, 2006

Ainda há pastores?

Acabo de regressar do CAE onde vi o primeiro filme de Jorge Pelicano «Ainda há pastores?».
O filme é simplesmente fantástico. Adorei poder partilhar um bocadinho da vida simples daquelas pessoas, uma vida cheia de dureza, tão longe das nossas necessidades urbanas.
Toda a ideia do filme é generosa, generosa no acompanhamento da genuinidade simples daquelas pessoas, mas sobretudo no voltar quatro anos depois aos mesmos lugares, às mesmas gentes, onde quatro anos passaram tão devagar.
O filme provocou na plateia muitas emoções... as gargalhadas foram uma presença espontânea, como bem disse o realizador, rimo-nos com o Hermínio, mas não do Hermínio.
P.S. Eu fiz uma triste figura, acho que comecei a chorar com as primeiras paisagens. Depois chorei com a solidão desmentida de uma senhora que com 82 anos vive há mais de 20 completamente sózinha num sítio sem outras casas, sem pessoas, sem amparo; chorei com a felicidade do Hermínio num concerto de Quim Barreiros, com o seu banho difícil, com a sua solidão. É triste, mas é verdade, eu não era difícil de identificar: era a carpideira de serviço!
Visitem o blog www.aindahapastores.blogspot.com e sobretudo vejam o filme.
P.S. 2 Aqui para nós que ninguém nos ouve: o realizador Jorge Pelicano chamou o pai para lhe agradecer a colaboração. Confesso que também achei que o pai Pelicano fez um bom trabalho... heheh ao fazer o filho! Sim senhor, digamos que Jorge Pelicano é um nome e uma imagem a reter, um bom realizador em duplo sentido.
dass

5 comentários:

Quarenta disse...

Da forma que "falas"... dá vontade de ir assistir.

Anónimo disse...

Também sou da tribo da lágrima fácil, às vezes embaraçada ou mesmo incoveniente, mas sempre sentida.
Uma paisagem, um poema,um acorde, um gesto, uma lembrança, são passagens para emoções que, como diz o Lobo Antunes, oscilam trémulas, no preciso instante antes da lágrima se soltar do olho.
Não vi o filme, mas fiquei de "orelha levantada".

Anónimo disse...

Gostámos muito dos ecos da serra... tão perto e tão longe.
Um filme cheio de emoção, que nos deixa a pensar e onde quase se pode cheirar a vida e o isolamento daquelas gentes.
Sorrimos, rimos e chorámos com o Hermínio.
Se perdeu esta oportunidade não desespere... em Dezembro os pastores voltam à Figueira no Tubo d'Ensaio com presença do autor. A entrada é gratuita.

Anónimo disse...

Ontem vi o filme e tal como tu também eu tive as mesmas reacções... é pena não passar onde todos pudessem ver as maravilhas do mundo rural... a simplicidade das pessoas... a felicidade sempre patente nos rostos desgastados pelo trabalho mas com um brilho de quem lá vive estampado...

Anónimo disse...

Fico mt contente por terem gostado e pelo filme vos ter "causado" determinado tipo de "estados de alma". É a maior alegria que podem dar a alguém que está tentar iniciar uma carreira.

Muito obrigado
Jorge Pelicano

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