sexta-feira, novembro 02, 2007

Nem feriados, nem pontes!

Alguém inventou os feriados... E o feriado até estava a começar tão bem. Nada de horários, uma cama e um mouro... de trabalho!
Porque a coisa prometia, passo para uma esplanada, sem ninguém para me interromper, sol, mar, notícias e mp3, telemóvel em contacto... hummm se melhorasse estragava.
Até já me habituei ao facto de (quando me consigo libertar das matracas que me importunam ao Sábado e Domingo de manhã - claro que falo da minha irmã e da A), na esplanada da Emanha a horas já de almoço, ficar eu e uma senhora que deve ter para aí uns 80 anos e é certamente viúva.
Fico sempre em vantagem: eu tenho mp3 e ela não; tenho sempre mais jornais ou revistas do que ela; sou mais nova; não tenho uma filha que me telefona só para aborrecer; não tenho tantos cabelos brancos; tenho dois telemóveis e ela só tem um... Quanto a altura estamos basicamente na mesma fasquia e também não me consta que ela tenha namorado ou marido...
Mas devo admitir que ela estica os pezinhos descalços em cima do muro, coisa que eu invejo profundamente e de vez em quando consegue sacar-me a melhor mesa! Aquilo é que é marcação. Ainda eu estou a pensar mudar e já a cota marcou o território!
Mas lá porque eu disse que era para o feriado não melhorar, também não era preciso piorar! A ideia era deixar estar como estava.
Mas a tarde traria visita aos avós. Lá se foi o descanso e o encanto, mas por uma boa causa.
Ora, ora... então não é que a avó oferece à minha escultural irmã umas... umas... (desculpem, estou à procura do nome certo, não é fácil) cuecas? não. Pelos trinta cm de altura e ocupação de perna teriam de ser cintas, ou ceroulas! Mas eram especiais, pois à frente conseguiam ter um bolso do tamanho de um bolso das calças de ganga. Ou a avó acha que a mana tem dinheiro para guardar aconchegado, ou, os saltos do meu sobrinho mais novo fizeram-na deduzir que a neta virou canguru e lhe falta uma bolsa marsupial!
Heheheh, estava a minha bela mana em estupefacção perante a sensualidade da lingerie ofertada, enquanto eu me sentia verdadeiramente maravilhada, e em vantagem, porque aquela COISA não me era oferecida a mim.
Ficou claro que eu só usaria peças realmente lindas e sensuais, que aquela imensidão de tecido não se coadunava com a minha juventude, que eu não precisaria daquela imensidão de elásticos de apertar barrigas michelin!
Estava quase a perder um dente, tal era a amplitude do meu sorriso... quando a avó declara: não te ofereço nenhuma (aqui está o que eu queria ouvir, pronto, eu já percebi, não é preciso elogiar mais, os actos dizem tudo. Mas já que insiste, pode louvar mais um bocadinho esta maravilha, não se acanhe, mas só hoje que eu sou modesta!) porque como és muito mais forte do que a tua irmã, de certeza que não te servem!
Shhhhhiuuuu, não riam! De certeza que isto só aconteceu por causa do raio da noite das bruxas. É que houve uma engraçadinha qualquer que enviou um ovo certeiro à minha janela. Ao menos, ao que parece, ainda não estava putrefacto! Só por causa disso, mas só por causa disso, vou proteger-me do profano com o Sagrado, ou seja, o ovo há-de estar por ali até que São Pedro o resolva lavar.
dass

4 comentários:

Anónimo disse...

Ahahahahah.... a sabedoria dos antigos é uma coisa maravilhosa

CeterisParibus disse...

Um relato delicioso. Afinal, quem diria, ela tem humor!

:)

Unknown disse...

Corrigi dois erros no texto, tinha «pesinhos descalsos», em vez de «pezinhos descalços». Simpatia do leitor Rato que, de forma gentil, me dispensou de publicar os comentários de ajuda. Agradeço sinceramente a correcção.

Storm disse...

mas que cuequinha sexy...
hehehe!

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