quarta-feira, setembro 03, 2014

Homens falem por vós e pelo vosso desespero... matem-se

Estando eu na bonita (cof, cof, cof) idade de 39 anos, muito orgulhosa da minha pessoa (a tinta para o cabelo foi uma invenção maravilhosa), cumpro, aparentemente, um estereótipo:
- solteira (ona);
- 3 gatos;
-  tia;
- a viver com os gatos;
- adoro animais e imagens fofas de animais;
- gosto de ler;
- tenho muito mau feitio;

Entretanto li há dias, de um homem de 37 anos, falando da sua própria vida: com esta idade já não se pode falar em namorar. Querido, fala por ti. E já agora procura um médico, ninguém tem de viver com impotência tão cedo ;-)
Também aprecio, particularmente, a ideia de homens já com alguma idade, que em vez de pensarem que podem ser interessantes, pensam antes que anda toda a gente na net a tentar carimbar, e acham que são os garanhões das modelos.
Meus queridos, ainda bem que adoram modelos, acham mesmo que se o objectivo de uma mulher fosse virar lençóis precisava de ir à net, de dar conversa e de procurar idades interessantes, daquelas em que já se perde mais tempo a dizer que se é bom amante do que a fazer qualquer coisa? Homens, metam uma coisa na cabeça, no dia em que uma mulher quiser praticar exercício físico, nem precisa de perder tempo a ligar o pc.

Este meu feitio e os factos que estão à vista, potenciam algumas conclusões femininas (machistas) e masculinas (algumas bem obtusas e broncas, mas só algumas).


Ora tais conclusões andarão entre o coitadinha, a mal amada, a mal f...(isso), a amarga, a desgostosa que teve um trauma,... a fufa, ou a grande maluca que atira em tudo o que mexe, nós é que não vimos mexer.


Ora, vamos lá dissecar a besta, (ui, a besta não, que ainda me disseco), digamos antes, vamos dissecar o mito. Com mito não há confusão, porque eu estou mais para Deusa, ou Diva, ou Musa até (desde que não seja para pintarem nenhum anjinho papudo).

Amigos/as:
1 - coitado é corno, se eu não tenho quem mos meta, lamento informar, mas o mais provável é que o corno seja quem conclui;
2 - Quanto ao mal amada ou mal f... (isso), também lamento informar que: o sexo nem sempre é bom, é uma verdade. E por mais que tenham um discurso maravilhoso, todas as relações têm altos e baixos (algumas nem se levantam), vontades e falta dela, fome insaciável e o belo do frete do vê lá se acabas, hoje não, dor de cabeça, estou a dormir, e ui, ui, ai, ai meu Deus e afins (os homens não sabem como é fácil gritar quando se quer. É tão fácil para uma mulher gritar e convencer-vos, como dizer-vos: tens razão. Na maior parte das vezes nós sabemos que vocês não têm razão, mas é melhor aturar o vosso ego enorme, do que lidar com uma crise existencial da vossa auto-estima). Portanto, meus queridos e minhas queridas, eu não sou mal amada. Deus nos livre de mau sexo. Mas solidarizo-me com as vossas noites menos boas e com os dias em que vão para a cama muito cedo para já estarem a dormir, ou muito tarde, para já o outro estar a dormir e não serem horas. Ou até com os vossos gritinhos de: se eu gritar já, a coisa acaba.
Sim, depois também há a boa cama, claro que sim. 
3 - Amarga, amarga... amêndoa amarga dispenso. Mas um bom gelado de limão, ácido e doce, e chocolate amargo ou preto, ah meus queridos, por favor contribuam. Serei amargamente agradecida.
4 - Desgostosa que teve um trauma? Não. O meu único trauma é ter de ouvir os vossos dramas intermináveis. Eu nem gosto de telenovelas. Poupem-me. Mas já que estamos a ser verdadeiros, não ter o George Clooney ou o tal actor que fazia de Mark Sloan na Academia de Grey é verdadeiramente um drama.
5 - Adoro mulheres, sim, sou mulher, mas continuo hetero (praticante ou não). É que há sempre a esperança do homem seguro, confiante, inteligente, com bom humor, protector... isso, o príncipe encantado. Enquanto não se acerta pratica-se com o errado, eu sei, vocês são todos/as um bom exemplo disso :-);
6 - Quanto a atirar em tudo o que mexe. Esse é um mistério que só os meus gatos podem desvendar, até atiram ao que não mexe.

Não escrevi um livro e não plantei uma árvore,o que me desgosta, mas estou absolutamente feliz por estar convencida de que cumpre igualmente o desiderato plantar 3 bonsais (o que faço quase todos os dias, uma vez que os encontro invariavelmente fora dos vasos).

Mas, aqui chegados, digo-vos: não há nada mais assassino do que a fúria de uma mulher quando, sem aviso, sem queixa, sem razão aparente, atende um feliz que se diz seu melhor amigo, e ouve:

«Bom dia. Acordei com este pensamento: se me sair o euromilhões compro-te um marido».

Como? hã? Isso quer dizer o quê? Não me queres antes comprar um kit de suicídio enquanto não te sai o euromilhões?





2 comentários:

Anónimo disse...

(Parte II)
O livro e a árvore (quem terá sido o néscio que lançou esta praga?).
O livrito pode apresentar-se sob diversos formas e suportes. Eu desde que me rendi ao formato ebook (epub) passei a ler muito mais. Assim todos estes escritos dispersos, podemos tomá-los por um livro virtual em permanente edição. Chamemos-lhe “Escritos dispersos” ou numa versão mais petulante “Nótulas”.
Já na árvore, vejo problemas.
Bonsais? Três bonsais?
A menina é uma pedófila florestal. Se não tiver cuidado vai para à lista da ministra. Ah ah ah, deixe-lá as criaturas medrarem em paz e sossego, para poder ter direito a uma colher-de-pau.

Telefonema de “melhor amigo”. Arrisco pensar que é amiga de umas quantas bichas, depois dá nisso. Há uma expressão (em boca de mulher com mão na anca) que diz: “quem se deita com putos, acorda mijada”.

Em matéria de culinária, não me faz água na boca.
Eu cuzinho.
O gelado de limão com alecrim, não tem sobrado. Quanto ao chocolate, modéstia à parte, que o meu ego não o permite, faço a melhor mousse de chocolate do mundo.

Estou quase tentado a preencher a ficha de candidatura ao lugar, mas:
Animais, não são do meu agrado. Quando entra mosca em casa, há guerra química. Pouco me importa o ambiente, a essas angústias “politicamente correctas” digo: Não! Obrigado :). O único gato em casa, sou eu e ponto final.
Mau feitio? Não. Desde que não seja contrariado, a última palavra seja minha e o telecomando (com que desligo a fonte de entropia) esteja sob o meu controlo, fora isso, um cordeiro de pele macia.

Algum destes provérbios, há-de servir:
Cada cor, seu paladar.
Cada maluco com a sua mania.
Cada um puxa a brasa para a sua sardinha.
Cada um sabe as linhas com que se cose.
Cada um vê mal ou bem, conforme os olhos que tem.
Casa que não é ralhada, não é bem governada.
Casarás e amansarás.
Contra factos, não há argumentos.
;)

Anónimo disse...

(Parte I)

Uiiiii que lençol este. Isto requer uma análise interdisciplinar das praticadas em comissões e grupos de trabalho com composição paritária (não esquecer as senhas de presença, que a vida está cara).
A minha parte é “pro bono”.
Saudades desses idos da década de 70 (1975, ano quente esse) do século passado (ih ih ih ih). Tivemos o futuro na mão. Em vez de:
“...Um pouco mais de sol – e fôra brasa,
Um pouco mais de azul - e fôra além.
Para atingir, faltou-me um golpe de aza... “
(Quasí, Mário Sá-Carneiro)
e deixamos de herança este pardieiro.
Idade? não é problema. Digo eu, que a tenho. O problema é que a idade retira-nos flexibilidade. Como gato escaldado, até de água fria tem medo... ao menor sinal de contrariedade, a coisa enquista.
Vejamos as 7 pétalas (número cabalístico, começamos mal menina) do estereótipo:
Estado civil.
Li numa “reportagem” sobre presidiários, o que um disse, sobre a primeira vez que saiu da prisão: “... achava que toda a gente na rua estava a olhar para mim...”.
Animalecos.
Estas pétalas: “3 gatos”; “a viver com os gatos”; “adoro animais e imagens fofas de animais”, podem perfeitamente ser atadas num só “bouquet” e ponto final.
Parentesco.
Pode ser ligado ao molho anterior. Vejamos pelo lado positivo. As crianças e os animais são muito giros, fofos e interessantes se estiverem petrificados por detrás de um “passe-partout” na sala de visitas em casa alheia (os T1 e T2 não seguem esta concepção burguesa de alojamento. Estão mais no conceito de hostel).
Lembro aqui uma frase atribuída à Natália Correia: “Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos neste reaccionário centrão"
(in Botequimda Liberdade, Fernando Dacosta)
Gostos.
Só ler? Nada de música nauseante? Do tipo gajas que a cantar, parecem gatas a miar? Nada de séries americanas sobre moda, sexo e ralações (está correcta, não é “gaffe” nem gralha) pessoais e sociais? Nem noticiários televisivos de uma hora e tal de lavagem-cerebral? Nem aqueles “debates” histéricos de políticos homossexuais, num qualquer canalzinho pago (ainda por cima)?
Hummm!
Personalidade.
Ora, ora! desde quando uma personalidade marcada, vincada, que não titubeia, nem tem angústias existenciais sobre nada, é defeito? Era o que faltava. Nem pensar.

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