sexta-feira, maio 02, 2008

Filmes

Há quem fale numa relação tensa entre advogados e polícias... e até há quem me acuse de lidar mal com a autoridade, tudo calúnias. Eu sou pela colaboração... tanto, tanto, que nem tenho mão em algumas desgraças que acontecem, e nem me rio delas...

Vou com um cliente a uma inquirição perante a GNR e entre outras peripécias, ofereço a colaboração do homem para a entrega de uma gravação caseira onde claramente se via o potencial criminoso e que tinha todo o interesse para a investigação, «palavra de cliente». Ora e tudo isto aconteceu depois de haver umas sãs discussões pelo meio, entre a minha pessoa e a senhora autoridade... mas eu não guardo rancores...
Pois estão três agentes horas a visionar o filme... e afinal o meu cliente, que insistia, «já vem, é a seguir... é agora que ele vem falar comigo»... conseguiu exibir horas e horas de uma imagem parada e mais algumas horas de um filme com movimento onde se vê a sua mulher a cortar relva e... ele atrás a apreciar a qualidade do serviço! Do criminoso é que nem sombra...
Eu nem tenho nada contra filmes caseiros, mas sem dúvida com mais acção.
Como não havia pipocas eu resolvi interromper a seca para ir ao quarto-de-banho... ui, o pânico! As instalações estavam limpinhas, mas sou acompanhada dentro do próprio cubiculo por um agente que me diz «veja se há papel, primeiro».
Ora bolas, lá se vai a dignidade feminina... uma mulher, mesmo que não haja papel tem lencinhos... por fim o amigo lá sai da divisão em continência e diz um simpático «esteja à vontade»... Eu até estaria, se a porta de fora não estivesse aberta e a antecâmara não fosse decorada com urinóis em tudo quanto era pedacinho de parede livre...

Mas o problema vinha a seguir... tive a ligeira sensação de que o objecto central do cubiculo era uma pista de aterragem, ou um alvo... então não é que na parede havia uma enorme seta vermelha a apontar para baixo (era no mínimo um metro de vermelho vivo), mesmo em direcção à sanita? Se mal me pergunto, num cubiculo onde não havia mais nada a não ser uma porta, e um suporte vazio, de papel higiénico, que ideia têm os GNR uns dos outros, para ter de meter ali uma enorme seta vermelha???? Se era para mim, escusavam, que mesmo em estado crítico as minhas águas sabem o caminho, vem tudo com gps.

Ora... e o que se faz a seguir quando todo o enorme botão do autoclismo está forrado a papel autocolante vermelho vivo. Vermelho normalmente é proibição. E quando se está na casa da autoridade não convém muito violar as regras... hummm mesmo correndo o risco de detonar um míssil, carreguei no botão vermelho!
Se calhar fiz mesmo algo errado, sim, porque ao sair da casinha tinha todo um quartel de GNR's a guardar o corredor. Estive quase para gritar: nem um pinguinho fora! Estou inocente.
dass

1 comentário:

Capitão Merda disse...

Tiveste azar!
Normalmente, esses locais estão ermos de agentes ou perto disso.
Se levasses umas palmadas por via da infracção, com certeza seria alguém de fora a fazer o serviço...

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