A CGTP organiza uma manifestação para pressionar Cavaco a indigitar Costa e empossar o seu Governo. Nada mais óbvio é expectável. A central sindical cumpre a sua linha política de pressionar a presidência a expulsar o governo demitido (que a CGTP não queria) e a empossar a maioria de esquerda que a Central - coerentemente - apoia.
O que já não faz sentido e raia a fronteira do ridículo é que, satisfeita a exigência (de forma causal ou não), a manifestação se mantenha mas, imediatamente, com um novo objectivo. Alertar o Governo, que se queria urgentemente empossado quando a manif foi agendada, para o facto de as políticas que promete não poderem ficar no papel. Um Governo que ainda não tem uma semana. O mesmo governo que era o resultado querido originário da manifestação.
Não se brinca às manifestações, porque é esta brincadeira, é esta banalização, que lhe retirará efeito de pressão, que lhe retirará força, que permitirá aos políticos desvalorizá-la.
Uma manifestação não pode ser o cumprimento de contratos estabelicidos com transportadoras e restaurantes.
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