- substituir maus políticos por outros, nem sempre melhores;
- dizer o que pensamos sem correr o risco de ir para a prisão, ainda que possamos levar uma arroxada, mantendo o direito de informar e de ser informado;
- não ser torturado por instituições estatais (e assumir que em privado há doces formas de tortura);
- conversar em público e em privado, com mais do que duas pessoas, sem nos tornarmos suspeitos;
- a nós mulheres, gerir a nossa vida sem uma subjugação masculina e escolher verdadeiramente uma profissão;
- descobrir que há vida para além deste país e reconhecer que somos todos iguais, independentemente de credo, cor ou etnia;
- CRIAR E MANTER UM BLOG COM UM NOME TÃO MAU COMO DASS
dass
Confesso que também gosto do 25 de Abril porque permitiu a uma portuguesa fazer um filme sobre esta data nacional com um actor francês e com dobragem; porque é das poucas datas que se podem comemorar em que eu ainda não era nascida... e como não sou funcionária pública, posso dizê-lo: porque é feriado!
P.S. No entanto neste blog eu tenho lápis azul sobre os comentários! Assim não tenho de gastar dinheiro a telefonar a jornalistas, ideia fortemente defendida por aquele célebre filósofo...
10 comentários:
Olá,
e levar com estes sucessivos e incompetentes governos não é uma tortura ??? Eu penso que sim, ainda mais quando eles sabem que podem fazer a merda (desculpa) que quiserem com o nosso dinheiro que, depois, não só não são punidos, como são nomeados a ocupar altos cargos em empresas públicas (EDP, CGD, etc...) a ganhar luxuosos vencimentos.
Não será isto uma grande tortura ??
Beijos
Na minha opiniao (mesmo nao me tendo pedido opiniao nenhuma)deviam ter dado os tiros em vez de terem feito uma festa de cravos... os maus governantes continuam la todos... Democracia é uma ditadura de maiorias!!!
O dia que tornou Portugal maior.
A revolução que pôs fim à cor cinzenta, é célebre no Mundo, pelos Homens que a dirigiram, pela coragem e tolerância que mostraram.
Os políticos de hoje foram eleitos, (não era o caso com o ditador de Santa Comba Dão) e não podiríamos pensar que esses políticos reflectem a nossa imagem?
Acho que temos os políticos que merecemos.
Com este blog e num regime salazarento, a dass ja há muito estaria a passar férias no Tarrafal ou noutro sítio desses por conta do Estado. Isto depois de ter estado em amenas cavaqueiras com os amigos da PIDE/DGS. E, como diz o anonimo anterior, em democracia os governantes refletem quem votou neles.
A culpa de tudo isto de que falais é única e exclusivamente nossa, ou de uma "certa geração" que não resistiu a uma determinada lavagem ao cérebro...agora é vê-los, por ai, vivendo a apagada e vil tristeza de quem tem nas mãos todas as certezas do mundo, na mão!
Se o sonho comandava a vida, hoje terá que ser a vida a comandar o sonho.
Cavaco Silva no seu discurso deu o mote... não fiquem quietos, revoltem-se a cada dia.
Esta é a deixa para sairmos para a rua...
Não passei pela fase anterior ao 25 de Abril, por isso não posso comparar.
Mas gosto e estou de acordo no que dizes sobre o que nos permite fazer pós 25 de Abril.
Mas sem exageros! Acho que anda aí muita gente a exagerar um pouco.
Bjinhos.Pedro
olá
O meu nome é Zé.
Fiquei conhecido, no tempo que a Dass não viveu, por "Zé Rouba Malas".
Totalizei 10 anos de prisão.
Fui um grande lutador anti-fascista.
A minha quadrilha (porque éramos quatro...), tivémos que viver sempre na clandestinidade. Um dos elementos era de côr. E em surdina, dizia-nos que era muçulmano. Havia um católico assumido, outro nem sim nem não, e um ateu.
E era assi, dass
Dass,
eu vivi no período "obscuro", mas já lá vão 33 anos e embora tudo o que digas é verdade, tem de se contextualizar na época.Tomando como referência 1974, se subtrairmos 33 anos estamos em 1941.Recordo-me,que quando nos inícios dos anos 70 via as imagens do final da década de 30 início de 40, tudo parecia longínquo,perfeitamente descontextualizado.A guerra civil espanhola tinha terminado, a II Guerra mundial estava no auge,a miséria, a ruína,a morte,a destruição,etc,eram o dia a dia e no entanto tinham sido só trinta e poucos anos a seperaram-nos.Foi a geração dos meus pais e meus avós que a viveram intensamente, com todas as dificuldades inerentes.Quando hoje enumeras todas estas considerações, fazes à luz de uma realidade diferente e descontextualizada mas era aquela que era vivida na maior parte do globo e noutras, bem muito piores, que só anos mais tarde ultrapassaram certos dogmas.As palavras,os temas da actualidade eram outros, que foram sendo progressivamente alcançados e substituidos por outros,mais adaptados às "lutas" e necessidades das populações.
Não sendo apologista do passado,há análises que não são de todo correctas. Por exemplo, não havia liberdade religiosa,mas não era impeditivo que não houvessem outras credos religiosos. Aqui na Figueira, por exemplo, a Igreja Evangélica Baptista existe há mais de 100 anos. Por toda a Europa do então lado de cá, havia alguma tolerância religiosa mas não com a ênfase e com o significado que tem hoje em dia. Por exemplo, sinagogas (como por exemplo a de Lisboa que tem mais de 100 anos) existiam.
Outro exemplo, na década de 60,Portugal teve vários jogadores internacionais de futebol de côr:eusébio,coluna,matateu,vicente, hilário...Foi o 1º país europeu a possuir jogadores não brancos na sua selecção. A França jacobina e republica,após alguma discussão, só começou a aceitá-los no início da década de 70; a Inglaterra anos mais tarde; na Alemanha, foi muito mais complicado com os jogadores de origem turca,etc. No atletismo, o Rui Mingas,o Barceló de Carvalho (o Bonga),etc,brilhavam no final da década de 60, princípios dos anos 70, enquanto na Europa, só a partir da década 70, esta e outras modalidades desportivas se abriram aos atletas não brancos.
O papel da mulher na sociedade, só começou a assumir importância e a ser visto com outros olhos, a partir do final da década de 60,etc.
Repito que tudo o que dizes está correcto mas é preciso recuar no tempo, posicionarmo-nos e olhar à nossa volta.A Liberdade como hoje se entende, não tinha o mesmo significado naquela época. E tem a sua significativa diferença.
(cont)
tive de interromper e só para terminar: era interessante, que todos no geral, não se deixassem enquadrar por episódios da vida pessoal,familiar ou do que lhes contaram, para que não interferissem na capacidade sensata do julgamento.
Por experiencia própria, não há transições fáceis e não há mudanças sem vitimas, umas mais inocentes que outras.
Os nossos dramas (sejam eles de índole pessoal,familiar ou outro) são irrelevantes - por muito que nos possa custar - face a uma inteira comunidade.
Apesar de todos os erros e de todas as imperfeições, o 25 de Abril contribuiu decisivamente para um Portugal melhor.
O mais importante, é na minha óptica, os horizontes que aquele dia abriu,e ao fim destes anos e porque não dize-lo, a intensa sensação de que tudo podia ser melhor.
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