sexta-feira, janeiro 29, 2016

Finanças públicas

De finanças privadas basta uma qualquer consulta de saldo bancário para provar que não entendo nada disto.
De finanças públicas o meu conhecimento resume-se a:
- fiz a cadeira no 3.º ano, tendo como Prof. Dr. Aníbal Almeida (lembrar o nome de cada professor é algo que não acontece sempre);
- li um livro do senhor, que parecia ter sido editado há séculos, edição amarelada;
- li os livros  do Prof. Sousa Franco, mas há muito tempo (e li não significa ainda sei, ou alguma vez soube);
- sei que o Prof. Aníbal tinha um belo carro cor de tijolo, toyota ou ford (acredito no primeiro) clássico, cujo chavascal ao arrancar é unicamente comparável ao que o meu carro faz quando acelero em primeira, com travão de mão e insisto que aquilo deve andar mais - e que ninguém queria deixar o carro estacionado perto do dele;
- sei que há calças de ganga que duram décadas e têm marcas de baínhas postas a baixo;
- sei que há professores que nunca olham para os alunos e se despedem com um "vou livrar-me da vossa presença execrável e vice versa";
- havia umas coisas que eram as caixas de amortização de Price e teve de haver um génio para descobrir que dentro de caixas de juros não havia coelhinhos a coelhar para, sem mais, o dinheiro paradinho procriar;
- um teorema de haavelmo que servia para chumbar alunos e afinal até era simples;
- e lembro-me, senhor prof. Aníbal da sua aula sobre verbos duplamente (in)transitivos.
Resumido o meu conhecimento de finanças públicas, vulgo nada, partilho (porém) algumas inquietações.
Estas preocupações da direita e das instituições troikianas e afins existem porque, de facto, o modelo de OE é perigoso, ou porque continuam a duvidar de qualquer modelo de crescimento que não seja o da austeridade pura e dura - com velinhas à Senhora dos Milagres - e que falhou?
A via alternativa está mal sustentada ou simplesmente não aceitam qualquer outro modelo?
Já agora, algumas destas instituições analisaram, também, a banca, a sua capitalização, fizeram testes e não viram nem previram BES nem BANIF, são assim sábios em tudo?
Só peço esclarecimentos. Porque esta alma de esquerda que renega não duas, mas três vezes, Passos Coelho como PM, nada sabe de finanças. Mas sabe que até aqui o modelo da direita e da Troika pode ter funcionado em folhas de Excel, com ajuda do BCE - para simpáticos juros - ou em expectativas de devolução de sobretaxa, mas só conduziu a despedimento, pobreza, miséria infantil e de idosos, insolvências e muito desespero (tanto dele suicidário).
A ignorante farta de ignorantes,
Maria

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