sexta-feira, setembro 10, 2010

Vá à volta!

Adoro a forma como é gasto o nosso dinheiro.

Dirigimo-nos aos Hospitais da Universidade de Coimbra para visitar alguém.

O Hospital é enorme, difícil é conseguir-se um estacionamento. Depois somos deparados com uma série de portas à volta do Hospital, designadamente a porta do (-1), dos auditórios e a porta principal.

Se o entre o estacionamento do carro e qualquer uma destas portas já pode a distância ser longa. Pela porta do (-1) entra toda a gente para ir para consultas, à farmácia, ao bar, no entanto se somos visitas, em horário de visitas comum a todos os seviços, o segurança informa-nos que temos de ir pela porta principal.

Porta que fica a kms, sendo indiferente que esta um sol tórrido, chuva, vento ou frio, bem como se a pessoa está cansada, se está mais ou menos cansada, se tem mais ou menos idade, sendo indiferente que as pessoas já venham cansadas de viagem, que tenham familiares doentes, que o horário da visita esteja a contar e que os doentes estejam lá dentro, ansiosos por uns minutos com a família.

Ora, tudo faria sentido se na porta principal houvesse algum controlo sobre a que serviço se dirigem as visitas, quantas são, o que levam.

Mas não, curiosamente, já que o hospital está em horário de visitas, ninguém pergunta onde vamos, não há controle, a não ser no próprio serviço, por enfermeiros e assistentes!

Algum iluminado me deveria explicar, então, o exercício proibicionista. As portas do hospital são assim um pequeno centro de poder, por elas passam para onde quiserem, os amigos, a visita que faz o melhor chorinho, os funcionários, quem disser que vai aqui ou acolá, mesmo que não vá. Agora a visita «normal», em alguns dias, apenas pode passar pela porta principal, porquê? Porque sim! Mesmo que o serviço seja no (-1) e haja ali uma porta mesmo ao lado), e o hospital esteja, em horário normal de visitas.

Assim se gasta o nosso dinheiro! A quantidade de seguranças que se vê no Hospital, nunca vi num tribunal, onde aliás não costuma haver nenhum, e nem em nenhum serviço. Mas certamente satisfaz o desejo de poder de alguém. Só é pena é que sejamos nós a pagar, quando hoje na saúde se corta em tanta coisa essencial.

Claro que os seguranças são necessários, mas é um espetáculo degradante vê-los a destilar ao sol, a guardar entradas em parques de estacionamento que estão «guardados» já por barreiras físicas, a vigiar portas para que os utentes sejam educados e vão pela porta principal, não vão gastar um bocadito do chão em sítio errado.

dass
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