segunda-feira, janeiro 11, 2016

Camaleão

Este foi o dia em que ficamos a saber que David Bowie, dias depois de ter completado 69 anos, dias depois de ter lançado uma obra prima em que inscreve Lazzarus e onde escreve o roteiro da sua viagem, morreu.
A família informa que morreu em paz entre familiares e amigos.
Os nossos morrem-nos, vencidos pelo cancro, outras doenças, idade, acidentes, suicídios ou sem explicação. Os nossos doem-nos com uma dor corrosiva e deixamo-los partir. Restam-nos memórias e estórias.
Bowie morreu para os seus, os que o viram partir, os que sentirão a falta da sua presença física, os que com ele partilhavam os gestos, a intimidade e os dias.
Para nós, aqueles de quem se despediu com discrição e obra prima, os que só receberam de si o melhor, a arte, a carreira icónica, o camaleão só empreendeu mais uma metamorfose, estará sempre à distância de um clique, liberto da lei da morte, será sempre o que sonhou, empreendeu e foi herói em tantas vidas.
O pó das estrelas ficou mais brilhante com a sua genialidade.
Hoje não nos admiremos se passarmos a ver no manto da noite duas novas estrelas cada uma de cor distinta.

Sem comentários:

eXTReMe Tracker